Cultura

Museu Nacional do Iraque reabre 12 anos após ter sido saqueado

O Museu Nacional do Iraque reabriu no sábado, dia 28, oficialmente, depois de 12 anos de intensos esforços para recuperar as cerca de 15.000 peças roubadas durante a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003.

A reabertura foi antecipada, segundo as autoridades, como resposta à destruição por jihadistas do grupo Estado Islâmico de estátuas e artefactos assírios de valor incalculável expostos no Museu da Civilização em Mossul, no norte do país.

“Temos estado a preparar a reabertura nos últimos dois meses. O que aconteceu em Mossul levou-nos a acelerar o trabalho e quisemos abri-lo hoje em resposta ao que fizeram os criminosos do Daesh”, disse à agência “France Presse” o vice-ministro do Turismo e Antiguidades, Qais Hussein Rashid, utilizando o acrónimo árabe do grupo Estado Islâmico.

Na quinta-feira, os jihadistas que ocupam Mossul desde junho divulgaram um vídeo em que se veem membros do grupo extremista a destruir estátuas do período assírio (VIII a VII a.C.) no museu da cidade.

A destruição foi criticada por líderes e organizações de todo o mundo e denunciada como a pior “tragédia cultural” no Iraque desde o saque ao Museu Nacional em Bagdad em 2003, dias depois da deposição de Saddam Hussein.

As imagens então divulgadas, que também correram mundo, foram comparadas ao saque da Biblioteca de Bagdad durante o cerco mongol à cidade no século XIII.

O Museu tinha em 2003 uma das maiores coleções arqueológicas do mundo. Cerca de 15.000 peças foram roubadas, mas até agora foram recuperadas 4.300.