O número de dadores de sangue está a diminuir, devido ao envelhecimento da população e à emigração, e as autoridades apelam aos jovens para se tornarem dadores regulares.
De acordo com o presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), a descida no número de dadores tem sido também acompanhada por uma descida no consumo de sangue, verificada não só em Portugal mas também noutros países, o que pode estar ligado ao recurso a cirurgias cada vez menos invasivas.
“Existe neste momento uma forte pressão sobre a disponibilidade dos dadores de sangue e nós mantemos o apelo para os que são dadores esporádicos ou para quem nunca deu sangue: venham dar sangue! Para continuarmos com alguma tranquilidade em termos da nossa suficiência em sangue”, afirmou Hélder Trindade à agência “Lusa”, a propósito do Dia Nacional do Dador de Sangue, que é assinalado esta sexta-feira, dia 27.
No ano passado, registou-se uma descida em relação ao número de colheitas de sangue, mas 2014 acabou por se passar com níveis seguros, exceção feita aos períodos críticos de fevereiro e do verão.
Já nos primeiros meses deste ano, não se resgistam diferenças significativas relativamente ao ano anterior, segundo Hélder Trindade.
O mês de fevereiro voltou a ser complicado, fundamentalmente por causa do período gripal, o que levou na altura o IPST a lançar um apelo público à dádiva.
Apesar de nestes primeiros meses não haver diferença significativa em relação ao ano passado, o presidente do insituto não tem dúvidas de que o país passa por uma tendência de perda de dadores.
“Portugal está numa fase de perda dos dadores de sangue. Perda por envelhecimento da população, porque há uma forte tendência de emigração de pessoas ainda jovens e muitos dadores certamente integrados nesse contingente. Perda porque as empresas fecham mais as portas para que se possa colher sangue ou mais dificuldade em libertar o trabalhador para dar sangue”, alertou.