“Volta” que é o último disco da artista, lançado no final do ano passado, dá o nome à tour que arrancou na última sexta-feira, dia 27, no Coliseu do Porto. O espetáculo serve para apresentação do trabalho discográfico, mas não só. Nele, Rita Guerra também revisita grandes sucessos da sua carreira como “Chegar a Ti”.
Nos bastidores do concerto, a cantora sentou-se à conversa com a Move Notícias e mostrou-se “muito entusiasmada” por estar de regresso à estrada: “Não é nada difícil andar em tournée. A melhor parte da vida de um artista são os concertos. Gosto muito de estúdio, mas gosto muito mais de cantar ao vivo, porque sente-se o público a vibrar”.
Tanto o disco como a tour representam uma mudança na vida de Rita Guerra, daí ter surgido o nome “Volta”. “Foi uma coisa que fiz nos últimos tempos na minha vida, dei uma volta e só me trouxe coisas boas. Além disso, é o nome do tema que faz parte da banda sonora de ‘Jardins Proibidos’, é uma canção otimista e espelha o estado em que me sinto neste momento”, contou.
A artista já conta com 31 anos de carreira e sente-se realizada. “Hoje em dia quem pode dizer que tem 31 anos de carreira e tem uma agenda como eu tenho? Não muitos, infelizmente. Não há nada pior, para quem se dedica à música, do que não ter o mercado virado para si. Por isso, sinto-me abençoada”, disse, acrescentando que também teve os seus altos e baixo, mas que teve “a sorte de conseguir vir à tona”.
Por outro lado, também se orgulha de nunca ter cedido “a moda ou a pressões”: “Tenho o meu estilo próprio e nunca abdiquei dele. Acho que temos que ser verdadeiros”.
A colaboração com outros artistas, nomeadamente a nível internacional, tem marcado o percurso da cantora e é algo que “adora” fazer”. “A partilha da experiência musical, seja no palco ou em estúdio, é sempre salutar”, referiu. Por exemplo, “Volta” foi produzido por Mikkel Solnado, que também escreveu algumas das letras, que Rita Guerra considera biográficas. “Passamos muito tempo a conversar e o Mikkel faz-me muitas perguntas, no sentido de me conhecer melhor. Por isso, algumas letras têm tudo a ver comigo, algo que nunca aconteceu, de forma tão flagrante, até agora”, revelou.
O álbum também conta com a participação dos Guess What, banda da qual o filho da artista, Diogo, faz parte. Desta forma, a cantora apostou numa nova sonoridade, a música electrónica, “sem perder a essência da Rita”. “Há momentos que devemos arriscar, desde que a nossa essência esteja lá. Não faz sentido ter uma carreira linear, quando eu própria consumo tanta informação e tantos estilos diferentes”, explicou.
Agora, Rita Guerra vai andar pelo país até ao final do ano a levar a sua música a diversas cidades de Portugal. O próximo concerto é já no dia 4 de abril em Beja.
Fotos: Hugo Monteiro