Um bebé que viveu apenas 100 minutos tornou-se o mais jovem doador de órgãos no Reino Unido, ao fornecer as válvulas do seu coração e dos seus rins.
Teddy Houlston e seu irmão gémeo Noah nasceram em Cardiff, Gales, em 22 de abril de 2014, mas os pais, Jess Evans e Mike Houlston, já sabiam que o primeiro não sobreviveria porque sofria de anencefalia, uma doença incurável que fez com que nascesse sem partes do crânio e do cérebro. Mesmo assim o casal decidiu avançar com a gravidez e recusou fazer um aborto parcial.
“Viveu e morreu como um herói. É impossível explicar o quão estamos orgulhosos dele”, comentou o pai, Mike Houlston, de 30 anos, ao “Daily Mirror”. “Embora ele não tenha estado connosco muito tempo, nós trouxemo-lo ao Mundo mesmo sabendo que morreria pouco depois, estamos incrivelmente orgulhosos do seu heroísmo”, acrescenta a mãe. “Esperamos que a história do Teddy inspire outras famílias que se encontrem na mesma situação. Saber que parte de alguém que amamos vive numa outra pessoa é algo reconfortante”, disse ainda Jess Evans.
Apesar do caso já ter ocorrido há um ano o Serviço Nacional de Saúde britânico decidiu divulgá-lo, de forma a estimular a doação.
Paul Murphy, médico do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, afirmou ao “The Guardian” que é raro que recém-nascidos sejam considerados para doação pelos próprios pais. Murphy confessa à publicação que desencorajou os pais de Teddy a fazerem a doação devido ao pouco tempo de vida do bebé, mas teve de encontrar uma maneira após a insistência da família. “Mike e Jess estavam determinados que deveria acontecer e, devido aos seus esforços, encontramos uma maneira”, explicou. “Toda doação é inspiradora. É um ato altruísta de heroísmo. Mas a história de Teddy é excecional”, concluiu.