Renald Luzier, mais conhecido por Luz, foi um dos poucos sobreviventes ao atentado ao “Charlie Hebdo” e anunciou que vai deixar o jornal satírico.
O cartoonista foi o autor da capa da publicação após o atentado terrorista, no passado mês de janeiro, e contou ao jornal francês Libération que produzir o semanário se tornou “insuportável”. “Não havia rigorosamente ninguém para desenhar. Eu estava a fazer três de quatro capas”, afirmou.
Luz confessou, ainda, que não conseguia suportar a ausência dos colegas mortos no ataque: “Finalizar cada edição era uma tortura porque os outros não estavam mais aqui. Passar noites sem dormir, a desenterrar os mortos, a pensar o que (os cartoonistas) Charb, Cabu, Honore e Tignous fariam no meu lugar tornou-se exaustivo”, acrescentou. O artista, de 43 anos, esclareceu que a decisão de pedir demissão “foi muito pessoal” e que, agora, pretende “reconstruir” a sua vida. Recorde-se que o atentado vitimou doze pessoas.
“Em poucos meses eu não serei ‘Charlie Hebdo’, mas eu sempre serei Charlie”, finalizou.