Manuela Moura Guedes esteve afastada do pequeno ecrã durante quatro anos, após a suspensão do “Jornal Nacional” – que editava, coordenava e apresentava -, em 2009. A saída da jornalista da estação de Queluz esteve ligada ao caso Freeport de José Sócrates, que se encontra detido por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais.
A carismática jornalista, que foi a convidada da última sessão do Clube dos Pensadores, diz que as pessoas “são muito solidárias”, o que é “reconfortante” poder receber esse apoio do público. “Acho que levou algum tempo para as pessoas perceberem que o trabalho que fazíamos era sério. Desde a detenção de José Sócrates que recebo inúmeras mensagens, o que é engraçado”, afirmou à Move Notícias, depois de ter respondido às perguntas do clube, na última quinta-feira, dia 30.
No entanto, Manuela Moura Guedes não deixa de esconder alguma mágoa, por na altura, muita gente não ter acreditado no trabalho que fazia com a sua equipa, nomeadamente a classe jornalística, mas garante que não se sente justiçada com a prisão do antigo primeiro-ministro: “Não é uma questão de justiça. Dá-me sim, alguma satisfação, porque as pessoas percebem que estávamos a dizer a verdade”.
A jornalista não esconde que foi um período difícil, os quatro anos em que esteve afastada do pequeno ecrã. “É bom estar de férias quando é uma coisa voluntária, quando assim não é, as coisas são complicadas. Foi uma altura difícil tanto para mim como para as pessoas mais próximas”, confessou.
Atualmente, mais afastada do jornalismo, revela que sente saudades da profissão. “Serei sempre jornalista, tenho saudades de fazer jornalismo com a liberdade que fazia. Só dessa forma voltarei a fazer jornalismo”, frisou com a convicção que a carateriza.
Em 2013 regressou à televisão como apresentadora do “Quem Quer Ser Milionário”, que recentemente chegou ao fim, e como comentadora do programa “Barca do Inferno”. “Acho que o programa correu muito bem, pelo menos até agora ninguém tinha apresentado três séries e também é muito aliciante fazer a ‘Barca do Inferno’”, acrescentou. Com a nova administração da RTP, Manuel Moura Guedes tem o desejo de garantir um lugar no canal: “Espero que gostem de mim. Só quero trabalhar”.
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