Off the record

Diogo Piçarra: “O trabalho compensa”

Nascido em Faro há 24 anos, Diogo Piçarra percebeu cedo que o rumo da sua vida passava pela música.

Depois de várias tentativas “falhadas” para garantir o seu lugar no mundo do espetáculo – inscreveu-se no Ídolos em 2009 e um ano depois na Operação Triunfo, da RTP – e viu a sua sorte mudar depois de ser convencido por familiares e amigos a participar na 5ª edição do programa de talentos da SIC.

Corria o ano de 2012 quando se sagrou ídolo de Portugal. Os seis meses que se seguiram foram de muito estudo e entrega. “O prémio, para além do contrato com a Universal, era também a permanência, durante meio ano, na London Music School”, relembra o jovem. De terras de sua Majestade trouxe “experiência” e “todo o conhecimento” que conseguiu beber junto dos profissionais que o acompanharam. Considerado o melhor aluno do curso, Diogo Piçarra regressou a Portugal com bagagem suficiente para realizar o seu sonho: o álbum de originais.

Três anos depois o humilde rapaz do Sul do país apresentou ao público o seu primeiro disco no qual todas as canções são da sua autoria. “Sempre procurei que assim fosse e por isso demorou tanto tempo”, afiança Diogo ressalvando que  “o trabalho compensa”.

“Espelho” reflete o artista, hoje mais maduro que outrora, e a sua forma de estar na vida.  Visivelmente feliz pelo seu feito, o jovem confessa que o sucesso alcançado até agora “foi uma boa surpresa”. “Não poderia pedir mais nada: o primeiro single, “Tu e Eu”, está a passar na rádio, em duas novelas seguidas, fui convidado para a primeira gala do Ídolos, tenho imensos concertos que estão sempre cheios e acho que não poderia ter um melhor início de carreira”.

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Regresso às origens

2015 é o ano de Diogo Piçarra.

Com lugar de destaque no Top Nacional o cantor e compositor foi convidado para voltar ao palco que o viu nascer. “Foi um regresso emotivo”, garante após a sua atuação na primeira gala da 6ª edição do programa da Sic. “Acaba por ser irónico: na  última gala que foi transmitida  fui consagrado vencedor e agora, nesta primeira gala, depois de tudo o que aconteceu, volto a este palco como artista convidado, já com um disco de originais, com músicas a tocar na rádio, já fui a Londres, já estudei…” relembra. “Sai daqui com sonhos e volto com eles realizados. Foi um excelente regresso”.

Um exemplo de perseverança e um ídolo também para os 12 finalistas a concurso.

De forma humilde e sempre de sorriso no rosto, o cantor partilhou a sua experiência e deu algumas dicas para levarem a bom porto o objectivo comum: suceder a Diogo no título de ídolo de Portugal.

“O mais importante aqui é agirem com naturalidade, apenas cantar, não pensem em mais nada” aconselhou afiançando que “com os nervos é muito fácil falhar, no entanto quem trabalhou/ensaiou não precisa de se esforçar muito”.

No meio de conselhos, muitas risadas e alguma ansiedade. Os concorrentes ouviram com atenção o que Diogo lhes transmitia. E ainda houve tempo para recordar a sua primeira gala: “Foi uma pilha de nervos”, começa por dizer. “Foi difícil realizar aquele momento, não o imaginava possível até então, mas ao mesmo tempo foi uma óptima experiência”.

O balanço da sua passagem pelos Ídolos não poderia ser mais positivo: “Saí daqui uma pessoa mais crescida, mais profissional em termos de relações e não só. O programa só me veio trazer coisas boas”.

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“A Fama não existe”

Outro aspecto que mudou na vida de Diogo Piçarra foi a exposição a que está sujeito. Um facto que encara com naturalidade: “Dou abraços e beijinhos, a pessoa que sou em casa, sou na rua”, garante. “É consequência do meu trabalho a visibilidade e a exposição. É normal que as pessoas me abordem e encaro isso com a maior gratidão porque a minha vida e a minha carreira dependem deles. Eu faço música para eles e não para mim”, salienta.

Com os pés bem assentes no chão, o rapaz não se rende a vedetismos: “A fama para mim não existe! O importante é o trabalho”.

Júri com “língua afiada”

Diferente da edição em que Diogo se revelou enquanto cantor é o painel de jurados.

De quatro nomes (Manuel Moura dos Santos, Bárbara Guimarães, Tony Carreira e Pedro Abrunhosa) a mesa que contempla o júri está agora reduzida a três nomes: Paulo Ventura, Maria João Bastos e Pedro Boucherie Mendes. “São de facto diferentes”, afere o jovem cantor.

Seguidor do período de castings, Diogo Piçarra salienta “a língua afiada” de cada um dos jurados. “Faz parte da sua personagem, da sua figura, acredito que no dia a dia  não sejam bem assim, no entanto aqui têm de marcar a sua posição”.

Uma vantagem é o facto de “ser um painel de jurados mais reduzido” afinal, “as opiniões não divergem tanto”. Em tom de conclusão, o cantor garante que “são pessoas muito competentes e que se complementam”.

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Texto e Fotos: Alexandra Martins do Vale