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Estado de saúde de Maria Barroso mantém-se “muito crítico”

A antiga primeira-dama continua em estado “muito crítico”, conforme revelou o porta-voz do Hospital da Cruz Vermelha, José Barata, onde Maria Barroso está internada nos cuidados intensivos. O estado de saúde da mulher de Mário Soares mantém-se assim inalterável, permanecendo em coma, depois de ter sofrido traumatismo craniano complicado por hematoma subdural, na sequência de uma queda em casa, na noite de quinta-feira, dia 25.

Celebrou 90 anos no dia 2 de maio, num almoço na Cruz Vermelha, em Lisboa, onde juntou familiares, antigos alunos e alguns amigos. Maria de Jesus Simões Barroso Soares tem o apelido do marido, mas nunca abdicou do seu nome de solteira. Frágil na aparência, charmosa e bonita, mantinha ainda uma energia surpreendente.

Durante todos estes anos envolveu-se na luta contra o racismo, a xenofobia, a exclusão social, o antissemitismo e a violência. A antiga primeira-dama é “uma pessoa consensual, respeitada por todos e gostava muito de conversar”, conforme contou uma amiga próxima da família à Move Notícias.

Durante a tarde de hoje várias personalidades visitaram Maria Barroso de forma a prestar o seu apoio à família, neste momento delicado, como foi o caso do líder do PS, António Costa, do ex-presidente da Assembleia da República, Almeida dos Santos, e da atriz Lourdes Norberto.

Recorde-se que Maria Barroso, 90 anos, casou com Mário Soares em 1949, de quem tem dois filhos, João e Isabel, e cinco netos. O casal conheceu-se, quando frequentava a Faculdade de Letras de Lisboa. A antiga primeira-dama foi atriz e estreou-se na companhia de Rey Colaço, Robles Monteiro, no Teatro Nacional D. Maria II e participou em vários filmes, como “Mudar de Vida” (1966), de Paulo Rocha, ou “Amor de Perdição” (1975), de Manoel de Oliveira.

Mais tarde foi uma das fundadoras do Partido Socialista, liderado por Mário Soares, em Badem Munstereifel, na Alemanha, em 1973.

Antes do 25 de Abril de 1974, foi candidata da Oposição Democrática, nas eleições de 1969. Com a democracia, foi eleita deputada pelo PS nas eleições de 1976, 1979, 1980 e 1983.

Professora, foi diretora do Colégio Moderno, fundado pelo seu sogro, João Lopes Soares.

Um dos seus últimos cargos públicos foi a presidência da Cruz Vermelha Portuguesa.