Rapazes e raparigas que entram na puberdade muito cedo – ou muito tarde – possuem um fator de risco maior para o desenvolvimento de 48 problemas de saúde quando chegarem à vida adulta. Esta foi a conclusão que chegou um estudo da Universidade de Cambridge. A entrada na puberdade é um período de transformações físicas e psicológicas que traduzem a transição da infância para a adolescência.
A pesquisa definiu como puberdade precoce as raparigas que tiveram a primeira menstruação entre 8 e 11 anos. Já a tardia, depois dos 15 anos. No caso dos rapazes, considerou-se puberdade quando apresentaram alterações na voz entre 9 e 14 anos.
Após analisar os registos de saúde de 500 mil pessoas, os pesquisadores constataram que a idade do início da puberdade está associado ao desenvolvimento de doenças como a síndrome do intestino irritável, artrite, glaucoma, psoríase, depressão, cancro, problemas cardiovasculares, asma, obesidade e menopausa precoce.
Segundo os resultados, os indivíduos – homens ou mulheres – que entraram muito cedo na puberdade apresentaram um risco 50% maior para diabetes tipo 2 e doenças cardíacas. Já no caso de puberdade tardia foi observado o aumento do risco de asma.
Também o risco de cancro pode estar relacionado com as hormonas. Ainda assim, os cientistas sublinham que a ciência ainda não consegue explicar o impacto que o momento da puberdade tem no aumento do risco de desenvolver outros problemas de saúde como a asma e o glaucoma, por exemplo.
“É importante ressaltar que o aumento do risco atribuído à puberdade (tardia ou precoce) é muito pequeno e representa apenas um dos muitos fatores de risco para o desenvolvimento de outras doenças”, afirmou John Perry, um dos autores do estudo.