Na próxima visita à Bolívia, que se realiza entre o dia 8 e 10 de julho, o Papa Francisco quer mastigar folhas de coca de forma tradicional como as populações autóctones. “Disse-nos que desejava especificamente mastigar a coca em vez de beber uma infusão de coca, como fazem os turistas para combater o mal da montanha (doença das alturas) quando ficam em La Paz, a capital situada a 3.600 metros de altitude”, revelou o ministro da Cultura boliviano, Marko Machicao, à televisão pública.
A folha de coca, principal componente da cocaína, também é consumida no estado natural em algumas províncias do norte da Argentina, país natal do Papa.
Recorde-se que em 2013, a ONU readmitiu a Bolívia na Convenção de 1961 sobre as drogas, com a inscrição nestes textos da reserva acordada à mastigação das folhas de coca, um ano depois de La Paz ter denunciado esta convenção que proibia uma das práticas ancestrais bolivianas.
A Bolívia, terceiro produtor mundial de coca e cocaína, depois do Peru e da Colômbia, conta perto de 25.300 hectares de plantações de coca, de acordo com os dados das Nações Unidas. Uma lei de 1980 autorizava plantações de coca em apenas 12.000 hectares, no âmbito de uma utilização legal das folhas.