Um estudo realizado na universidade da Califórnia mostrou que o uso de estatinas para reduzir o colesterol está relacionado ao aumento da agressividade em mulheres. Curiosamente, o medicamento tem efeito contrário nos homens, reduzindo as reações agressivas.
A pesquisa contou com a participação de mais de 1 000 homens e mulheres. Os voluntários foram distribuídos aleatoriamente em grupos que receberam, durante seis meses, os medicamentos sinvastatina, pravastatina ou um placebo.
Para medir a agressividade, os pesquisadores contabilizaram atos agressivos contra outras pessoas, autoagressão e danos a objetos. Além disso, considerou-se também os níveis de testosterona dos participantes e também relatos de problemas para dormir – ambos associados ao aumento ou redução da agressividade. “É importante ressaltar que a sinvastatina é conhecida por alterar as quantidades de testosterona no sangue e por causar problemas no sono dos pacientes”, explicou Beatrice Golomb, a principal autora do estudo e professora de medicina da Universidade da Califórnia.
De acordo com os resultados, as estatinas estavam relacionadas com o aumento da agressividade nas mulheres. Já nos homens, o uso do medicamento parece ter tido um efeito calmante, com um declínio significativo no comportamento agressivo, especialmente entre os homens mais novos.
Apesar dos resultados, as razões biológicas que relacionam as estatinas ao comportamento continuam a ser pesquisadas. “Os dados mostramque as estatinas não afetam todas as pessoas de igual forma – os efeitos diferem em género e faixa etária”, acrescentou.