Aretha Franklin conseguiu tirar o documentário “Amazing Grace” Festival de Toronto, no Canadá, depois de ter impedido a sua exibição nos festivais de Telluride e Chicago, nos Estados Unidos. De acordo com um comunicado divulgado por um dos advogados da cantora, Jon D. Cantor, foram os próprios produtores que optaram pela não exibição.
Com cenas de concertos e bastidores, o documentário seria exibido em Toronto nos dias 10, 12 e 20 de Setembro. Na segunda data, será trocado pelo drama “Northern Soul”, da realizadora Elaine Constantine, que tem como pano de fundo a cena da soul britânica dos anos 1970.
Em comunicado, a artista manifestou-se sobre o caso: “Justiça, respeito e o que é certo prevaleceu, e o indivíduo tem o direito de possuir a sua própria imagem”. Durante anos, Aretha Franklin opôs-se à exibição das imagens do filme, com duração de 87 minutos, aparentemente porque o realizador do vídeo, Sydney Pollack, morto em 2008, cometeu um erro técnico ao tentar sincronizar o som com as imagens.
O filme reproduz uma apresentação realizada em janeiro de 1972, ápice da fase gospel da cantora, no New Temple Missionary Baptist Church, templo batista de Los Angeles. As músicas foram lançadas no álbum “Amazing Grace” em junho do mesmo ano. O disco é o mais vendido da carreira de Aretha e de toda a história da música gospel americana.
Em 2008, os estúdios Warner Bros. concederam os direitos do filme ao produtor Alan Elliot através de um documento de cessão autoral, no qual se especifica que para exibir o filme é preciso ter o consentimento da cantora.
Elliot e Franklin nunca chegaram a um acordo sobre a possibilidade de exibir o filme. Na decisão liminar sobre o Festival de Telluride, o juiz determinou que o evento não tem o direito de explorar o conteúdo do filme, incorrendo na violação de privacidade e dos direitos da cantora como autora.