Depois de ter conquistado o público brasileiro (onde terminou no passado mês de julho), a novela “Sete Vidas” está prestes a chegar à televisão portuguesa. É já na próxima segunda-feira, dia 14, que a substituta de “Boogie Ooogie” estreia no horário nobre (20h00) no canal da rede Globo, exclusivo NOS.
De autoria de Lícia Manzo e Daniel Adjafre, a trama conta com um elenco composto por, entre outros, Domingos Montagner (no papel de protagonista). Para marcar o lançamento da novela no nosso país, os atores Regina Duarte (Esther), Débora Bloch (Ligia), Isabelle Drummond (Júlia) e Jayme Matarazzo (Pedro) estiveram em Lisboa, durante cerca de uma semana, onde falaram do projeto e partilharam algumas memórias que têm de Portugal.
Apresentação marcada pela emoção
Dispensando apresentações, os atores ocuparam os seus lugares no Hotel Pestana Palace pouco passava do meio dia perante uma plateia de jornalistas e fotógrafos. O responsável máximo pela Globo em Portugal, Ricardo Pereira, deu as boas-vindas salientando: “Para qualquer produtor de teatro ou televisão seria um sonho juntar estes quatro”. Um feito alcançado por todos eles “amarem Portugal e por terem gostado de fazer esta novela”.
Débora Bloch mostrou-se entusiasmada “por trazer esta novela para Portugal”, pois “‘Sete Vidas’ retrata um assunto contemporâneo e que ainda não se viu em nenhuma novela: filhos por inseminação artificial”. A trama, conta a história de Miguel (Domingos Montagner), um homem traumatizado com a vida que acaba por se exilar na distante Patagónia.
Mas antes disso, Miguel faz uma doação anónima num banco de esperma, para conseguir algum dinheiro. A sua contribuição gera seis vidas (sete filhos concebidos por inseminação artificial e posteriormente um sétimo resultante da relação com Ligia, a personagem de Débora Bloch), que acabam por se descobrir uns aos outros e também a identidade de Miguel. Juntos, vão organizar uma busca clandestina e perigosa pelo seu pai biológico. Enquanto isso, Miguel é dado como morto, após um naufrágio, mas na verdade sobrevive à tragédia.
Isabelle Drummond e Jayme Matarazzo dão vida a dois dos sete filhos de Miguel.
Para o jovem que veste a pele de Pedro, a sua personagem é “o típico mocinho que vai sofrer do primeiro ao último capítulo pelo amor de Júlia (Isabelle Drummond)”. Por sua vez, a atriz confessou que “a novela tem uma magia muito grande” que a levou, desde logo, “a questionar o sentido das coisas”. Uma opinião que se mostrou unânime: “A autora consegue levar o espetador a pôr em causa e a questionar vários assuntos”.
Regina Duarte, a “veterana” – como a própria se intitulou – foi mais longe e afirmou que “depois de 36 novelas” apenas em “Roque Santeiro” tinha assistido a esta “unanimidade total” quer por parte do público, quer no que respeita ao elenco. “‘Sete Vidas’ é linda, linda”, afiança o quarteto de atores brasileiros que se deixaram comover ao relembrar algumas das imagens da novela.
“Veterana” dá vida a avó homossexual
“Sem vilões”, a novela “Sete Vidas” revela diversas lutas interiores de muitas das personagens. Amores e desamores, a dúvida entre seguir a carreira ou construir uma família, a dificuldade de assumir uma relação, o incesto, são alguns dos temas abordados ao longo da história. Mas um dos papéis que salta à vista é, sem dúvida, o de Regina Duarte.
Na trama Lícia Manzo, a personagem Esther, à qual a “veterana” dá vida, é uma homossexual assumida que outrora foi casada com uma mulher com a qual criou um casal de gémeos (também eles filhos de Miguel, enquanto dador). Viúva, esta mulher vê os seus sentimentos e modo de vida serem postos à prova com a chegada de José Renato (Jonas Bloch). “Para Esther não há homem ou mulher há o amor…isso sim é o mais importante”, explica a atriz.
Fotos: Alexandra Martins do Vale
