As mulheres sofrem um maior impacto emocional e físico, com o fim das relações, mas recuperam mais rapidamente do que os homens, tornando-se emocionalmente mais fortes. Já no lado do sexo masculino, os homens não conseguem recuperar totalmente e, como tendem a reagir a uma rutura de forma mais autodestrutiva, procuram seguir em frente. Esta foi a conclusão a que chegou um estudo conduzido por cientistas britânicos e americanos.
De acordo com Craig Morris, investigador da Universidade de Binghamton, nos Estados Unidos da América, e coordenador do estudo, as diferenças têm razões biológicas. “Basicamente, as mulheres evoluíram para investir muito mais num relacionamento do que os homens”, revelou em comunicado. Segundo Morris, “é esse ‘risco’ de maior investimento biológico que, em termos evolutivos, fez as mulheres ficarem mais exigentes na escolha de um parceiro de qualidade. Portanto, a perda de um relacionamento com um parceiro de qualidade é mais dolorosa para as mulheres”.
Por outro lado, os homens têm evoluído para competir pela atenção das mulheres e isso reflete-se na hora de encontrar uma nova pessoa para namorar. O cientista diz que “os homens provavelmente sofrem mais profundamente a dor da perda, e por mais tempo, pois entendem que precisam recomeçar a competir para substituir aquilo que perderam”.
O estudo, publicado na revista científica “Evolutionary Behavioural Sciences”, resultou de uma parceria entre a Universidade de Binghamton e a University College London, em Inglaterra, e contou com a participação de 5705 pessoas de 96 países diferentes.
Os participantes responderam a um questionário académico online, onde tiveram de descrever como reagiram emocionalmente face ao fim de um relacionamento amoroso e que tipo de respostas físicas experimentaram. Posteriormente foram convidados a atribuir notas às próprias reações (1 correspondia a nenhuma e 10 a insuportável).
De uma forma geral, tanto homens como mulheres experimentaram emoções semelhantes perante o fim de uma relação. Por exemplo, entre as reações físicas descritas, figuraram no topo respostas como náuseas ou incapacidade de comer, ataques de pânico e alterações indesejadas de peso. No que se refere às emoções, as principais reações apontadas foram raiva, ansiedade, depressão, medo e diminuição do rendimento no trabalho e nos estudos. As mulheres relataram uma intensidade maior do que a dos homens em quase todos os fatores após o rompimento exceto em dois: a perda de concentração e a insensibilidade emocional.
Craig Morris explicou que a maioria das pessoas vive, em média, três ruturas amorosas antes de atingir os 30 anos de idade e, pelo menos, uma irá causar sofrimento suficiente para nos afetar durante semanas ou meses. Para o cientista, entender melhor as reações que surgem com a rutura pode ajudar a suportar a dor após o fim de um relacionamento, bem como diminuir os seus efeitos em indivíduos de alto risco.