Moda

Angolana Nadir Tati voltou a Portugal e fez “a diferença”

Com quase 15 anos de carreira, a estilista Nadir Tati só este ano é que se atreveu a trazer as suas propostas a um dos palcos nacionais de destaque. No domingo, participou pela segunda vez na ModaLisboa somando muitos elogios e aplausos a uma coleção “com história”.

Criminologista de formação foi como manequim que a estilista se começou a afirmar no mundo da moda, ao mesmo tempo que se dedicava à carreira académica. Na altura tinha 18 anos e arriscava talento na África do Sul, deixando Luanda para trás até 2001, altura em que regressou já casada, com filhos e muito para contar.

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Especializada em tráfico e abuso sexual de menores, fez uma pós-graduação na Alemanha, passou pelos Estados Unidos e Inglaterra, e ainda morou três anos em Cascais, Portugal. Seguiu para o México onde terminou o mestrado em exploração sexual e comercial de menores e fez outro em design de moda, área que a seduzia desde os quatro anos quando desenhava os seus próprios modelos.

Apostada no designer, Nadir Tati conquistou com propostas elegantes e sofisticadas como aquelas que apresentou na recente edição da ModaLisboa “Almas de África”, com turbantes, transparências e padrões da “terra quente” em destaque.

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“É uma linha de alta costura, com glamour, porque não vim para fazer igual. Quis estar na ModaLisboa para fazer a diferença. Para ser igual aos outros, não preciso de vir a Portugal. O meu trabalho é sempre diferente… São os tecidos, a ousadia, as transparências”, descreveu a criadora.

Na passerelle, as criações deram forma a tecidos nobres que se misturaram com as tradicionais capulanas. Afinal, “esta é a nossa história, a minha e a história do mundo. É importante que as pessoas se lembrem desta passagem”, frisou, acrescentando que “criar já não é um entretenimento”.

“Eu não vou fazer show! O meu desfile tem que ter conteúdo, uma história e, acima de tudo, ter o poder de atrair potenciais clientes”, anotou ainda, certa de que ficou na retina de quem se sentou na plateia para a apreciar e aplaudir.

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Descrita pela revista norte-americana “Forbes” como “a ‘designer’ angolana que vende vestidos de dez mil dólares (cerca de 7.900 euros)”, Nadir já vestiu atrizes, apresentadoras e também Ana Paula dos Santos, a primeira-dama de Angola, que considera “uma das mulheres mais bonitas” do país onde nasceu. “Fazer roupa para ela é algo que faço com muita atenção, com muito cuidado e com muito carinho. E, por ser uma mulher bonita, obviamente quero que se apresente no seu melhor”, confessou à Move Notícias.

Com clientes em Portugal, a estilista prevê a abertura de uma loja “em breve” no nosso país. Um passo que só depende da melhor localização, sendo que o desejo passa por “ter um espaço no Chiado”, revelou.

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Fotos: José Gageiro