A ansiedade é a doença mental mais prevalente na população portuguesa, afectando 16,5% das pessoas, segundo um estudo epidemiológico nacional realizado em 2013 pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.
A ansiedade é uma reação normal do nosso organismo, ativada em situações que podem provocar medo, dúvida ou expetativa. Apesar de natural, deve ser uma situação passageira. Quando a ansiedade se torna crónica passa a ser considerada uma doença mental.
Portugal é um dos países da Europa em que maior percentagem da população sofre de patologias do espectro da ansiedade. Esta patologia pode manifestar-se de inúmeras formas e muitas das suas manifestações interferem de forma grave com a qualidade de vida.
“Quando a ansiedade atinge níveis de grande intensidade significa que a pessoa está doente, interferindo de forma definitiva na vida quer na esfera emocional e familiar, quer na esfera profissional e social”, explica Filipa Palha, psicóloga e presidente da Associação Encontrar+se. “Estas alterações prolongadas de comportamento significam que a pessoa está doente e precisa de ser tratada”, acrescentou.
As perturbações de ansiedade podem ter sintomas físicos, como taquicardia, dores no peito e dificuldade em respirar, levando o doente a ter comportamentos hipocondríacos, levar a insegurança na execução de tarefas rotineiras, ou pode manifestar-se em resposta a um estímulo em específico, como é o caso das fobias.
Em Portugal, é nos mais jovens, entre os 18 e os 34 anos, que se verifica uma maior prevalência de doença mental, estimando-se que 50,1% tenham pelo menos uma perturbação psiquiátrica. Neste grupo etário, as entidades mais referidas foram as perturbações da ansiedade, seguidas das afetivas e do abuso de álcool.