As crianças pequenas que tomam medicamentos para a asma antes de completar dois anos de idade podem ter o seu crescimento prejudicado. Esta é a conclusão a que chegou um estudo realizado pela University of Eastern Finland.
De acordo com a investigação, liderada pelo pediatra Antti Saari, as crianças que usaram corticóides inalados para o tratamento da asma apresentaram dificuldades no crescimento. Assim, os investigadores reforçam que esta pesquisa serve para realçar a importância de se ter cuidado redobrado ao receitar corticóides a crianças muito pequenas.
A organização Asthma UK, no entanto, afirma que os corticóides inalados têm um papel crucial no controle dos sintomas da asma na infância. O seu papel é importante para diminuir o número de vezes que as crianças precisam de ser levadas ao hospital por causa de crises de asma.
A asma é uma doença crónica que, segundo dados da Fundação Portuguesa do Pulmão, afeta cerca de 10% da população portuguesa, sendo a doença mais prevalente em idade pediátrica.
O principal tratamento para a asma é feito com corticóides inalados que podem ser encontrados em medicamentos com inaladores – mas que também são conhecidos por causar efeitos colaterais em algumas pessoas.
A recomendação dos médicos é de que as crianças que tomam corticóides inalados para o tratamento da asma devem ter um acompanhamento rigoroso e frequente de peso e altura, ao longo do ano, para observar qualquer sinal de crescimento reduzido.
O estudo
O pneumologista Antti Saari, autor principal da pesquisa, explica que a sua equipa analisou informações sobre a altura dos pais das crianças, assim como os dados do seu peso e da quantidade de medicamento para asma que tomavam, para calcular o crescimento e a altura esperados.
A equipa descobriu uma relação entre o uso de corticóides inalados e o crescimento, segundo a qual pode haver uma perda de altura de até 3 cm quando a criança se torna adulta. “É importante que os médicos pensem duas vezes antes de receitar esse tipo de medicamento a crianças abaixo dos dois anos”, sublinhou Saari à BBC.