Um estudo comprovou que a crise dos 40 anos existe. A satisfação de uma pessoa com a própria vida começa a diminuir com o início da idade adulta, chegando a ser ainda mais baixa entre os 40 e 42 anos. Depois disso, o nível de felicidade começa a aumentar novamente até os 70 anos.
Realizada pela Universidade de Warwick, na Inglaterra, a pesquisa é a primeira a monitorizar o bem-estar e a felicidade de milhares de pessoas em diferentes países ao longo da vida. Os pesquisadores acompanharam a rotina de 50 mil adultos que viviam na Austrália, Inglaterra e Alemanha. Durante esse período, os participantes responderam a questionários sobre o grau de satisfação que tinham com a própria vida em diferentes fases.
Os resultados mostraram que o nível de felicidade e bem-estar de um indivíduo segue uma curva com o formado da letra “U”. Ou seja, o grau de contentamento começa alto e, com a chegada da vida adulta, diminui progressivamente, até atingir sua pior fase a partir dos 40 anos, voltando depois a a subir a partir dos 42 anos até à chegada aos 70 anos.
Segundo os pesquisadores, fatores externos, como a quantidade de filhos dos participantes e a cultura na qual estavam inseridos, não alteraram os resultados. Para o psicoterapeuta Phillip Hodson, estas descobertas corroboram com a observação de que a meia-idade pode ser um período extremamente agitado na vida de uma pessoa.
“A infância e a velhice podem ser consideradas, até certo ponto, momentos protegidos da vida. Na maioria dos casos, as pessoas têm menos responsabilidades. Assim, os fardos recaem nas pessoas de meia-idade. Elas estão a tratar dos filhos, dos pais e de si mesmas”, explicou Hodson ao jornal britânico “The Guardian”.