Nasceu em Loulé há 26 anos fruto da relação entre um português e uma inglesa. Com traços que não escondem a descendência britânica, a jovem algarvia não deixa ninguém indiferente à sua beleza bem como ao seu talento.
Com 26 anos e quase dez de carreira – deu os primeiros passos na representação na série juvenil “Morangos com Açúcar” – Victoria Guerra é já considerada uma das mais promissoras atrizes da sua geração.
“Padrinhos” de renome
Do seu curto mas bem-sucedido percurso fazem parte participações em filmes de realizadores como Paulo Branco ou, mais recentemente, do polaco Andrzej Zulawski, um dos grandes nomes do cinema independente mundial e que venceu recentemente o prémio de melhor realizador no festival de cinema de Locarno pelo filme “Cosmos” – gravado em Sintra -onde a atriz dá vida a Lena, a protagonista.
A obra, que será apresentada na próxima quinta-feira, dia 12, no Lisbon & Estoril Film Fest, no Casino Estoril, eleva Victoria a outro nível na representação.
“Estou muito curiosa com a aceitação deste filme por parte do público”, confessa mostrando-se “orgulhosa por ter feito parte de um projeto que foi galardoado”. Uma oportunidade que surgiu pela mão de outro grande nome do cinema internacional: John Malkovich.
Depois de ter contracenado com a estrela de Hollywood em “As Variações de Casanova”, o ator gostou tanto de trabalhar com ela que começou a enviar-lhe castings nos quais Victoria poderia participar. “Foi assim que consegui o papel para ‘Cosmos’ e agora, recentemente, para ‘Wilde Wedding’” (onde contracenou com nomes como Patrick Stewart e Glenn Close), explica afiançando que, nos dias que correm, “é mais fácil chegar a todo lado”: “Já ninguém vive nas grandes cidades para conseguir determinado papel lá fora, pois já não é necessário. Há uma coisa que se chama self tape em que o ator se filma a si próprio representando a personagem em questão e envia para o diretor de casting”.
Ciente (e grata) da ajuda que Paulo Branco e John Malkovich têm dado no impulso da sua carreira cinematográfica, Victoria afirma que “ambos podem ser considerados os padrinhos no que toca a projetos de cinema”.
Futuro passa por “continuar em Portugal”
Apesar do sucesso que tem vindo a alcançar além-fronteiras, e dado o facilitismo – ao nível da realização castings – para chegar às oportunidades, Victoria garante que os seus planos passam por “permanecer em Portugal”. Até porque “o cinema independente lá fora está a morrer”.
De regresso a terras lusas depois de “um mês e meio a gravar nos Estados Unidos”, a atriz ressalva que “cada vez há mais realizadores e produtores a procurarem o nosso país para os seus filmes, na medida em que é muito mais barato”, realidade em que “Paulo Branco tem tido um papel preponderante”.
Por outro lado, Victoria confessa-se apaixonada por Portugal. “Adoro o nosso país, não há igual que no que toca às pessoas, ao tempo, ao estilo de vida” afirma salientando sentir que “não iria mudar grande coisa indo lá para fora”.
Bem-sucedida, a jovem atriz continua a somar projetos, de tal forma que está garantida “uma novela em 2016”, começará em breve a gravar um novo filme e no final de 2015 irá ainda estrear “Amor Impossível”, de António Pedro Vasconcelos (gravado na cidade de Viseu), no qual tem uma participação. “Foi um bom ano”, concluiu.
Fotos: Miguel Ângelo (capa) e Alexandra Martins do Vale