Um estudo publicado na revista “American Medical Association” revela que cerca de 30% dos jovens médicos ou têm depressão ou apresentam sintomas da doença. De acordo com a pesquisa apontam como razões para esta conclusão o excesso de horas de trabalho por semana, a privação de sono e o bullying, praticado por alguns pares.
O estigma em relação às doenças mentais é outro factor que agrava o problema, pondo em causa o atendimento aos pacientes. Assim, risco de ocorrência de erros médicos é, por isso, mais provável.
“Este estudo sugere que temos um grande problema”, escreveu Thomas L. Schwenk, da Escola de Medicina, da Universidade de Nevada, nos EUA. “Significa que há uma enorme carga de sofrimento e miséria a acontecer. E isso é muito preocupante numa profissão de prestação de cuidados”, acrescentou.
Segundo diversos estudos já realizados, as estimativas de prevalência de depressão em médicos jovens variam de 20% a 43%. E a investigação, agora apresentada, indica que essa percentagem é de 29%, um número que tem tendência a aumentar.
Para os médicos que acabaram de se formar, “ter sintomas depressivos é quase uma experiência universal”, explica Douglas Mata, líder do grupo de investigadores que analisou 54 estudos publicados entre 1963 e 2015. O próprio médico lutou contra uma depressão enquanto estagiário.
A equipa, que também analisou médicos a fazer internato, verificou que, após um ano neste regime, os sintomas de depressão aumentam em cerca de 15%.