Vários estudos científicos demonstram que a probabilidade de uma pessoa trair o seu companheiro varia entre 40 a 70%. No entanto, não se consegue atribuir uma razão específica para todas as traições, mas é pouco provável que todas as que cometam traição estejam infelizes no seu relacionamento.
De acordo com a psicoterapeuta e especialista em sexualidade e relacionamentos Esther Perel, as pessoas que o fazem acreditam na monogamia e, quando isso acontece, entram em “conflito” com os seus valores.
Isto porque a traição nem sempre é por causa do ato sexual ou do companheiro, mas está sim ligado a um desejo mais complexo.
“Quando estamos à procura de outra pessoa, não nos estamos a afastar do nosso companheiro, mas de nós mesmos. E muitas vezes não estamos à procura de outra pessoa. Estamos à procura de um outro ‘eu’”, afirmou Perel ao jornal “Huffington Post”.
Acontecimentos marcantes na vida estão mais associados a estes episódios do que o relacionamento, em si. Como por exemplo, a morte de um pai ou uma má notícia recebida no médico.
“A morte e a mortalidade estão muito ligadas a um caso extraconjugal”, explicou a psicoterapeuta, acrescentando que começam a surgir perguntas na nossa cabeça como “não há mais nada na vida para além disto?”, “há mais alguma coisa na vida?” ou “vou continuar a fazer o mesmo que fiz nos últimos 25 anos?”.
Quando o casal decide dar continuidade à relação, apesar da traição, será alvo de críticas e julgamentos por parte das pessoas que o rodeiam.
Perel realçou ainda que estas situações podem ser uma boa oportunidade para analisar a relação: se vale a pena estarem juntos ou se foi apenas um erro de percurso. E, se decidirem ficar juntos, é necessário procurar uma maneira de fortalecer a relação.