Cultura

Cinemateca recorda o ano de 1966 e inaugura novas rubricas

A Cinemateca Portuguesa vai dedicar o mês de janeiro a 1966, revisitando esse “ano do óbito da época clássica” e do florescimento da modernidade, através de filmes de Antonioni, Hitchcock, Truffaut ou Paulo Rocha.

Segundo a programação, o ciclo “1966, uma viagem fantástica” – só com filmes estreados nesse ano – arranca a 4 de janeiro com “Persona”, com o qual Ingmar Bergman faz “uma revolução na linguagem cinematográfica”.

Do cinema norte-americano serão exibidos, por exemplo, “Perseguição perigosa”, de Arthur Penn, com Marlon Brando e Robert Redford, e “El dorado”, um dos últimos filmes de Howard Hawks, com John Wayne e Robert Mitchum, e “Sete mulheres”, de John Ford.

Entre os filmes mais significativos desse ano de 1966, a Cinemateca escolheu ainda “Blow Up – A História de um Fotógrafo”, uma das obras-primas de Michelangelo Antonioni, “O beco”, de Roman Polanski, “Made in USA”, de Jean-Luc Godard, e o premiado “Quem tem medo de Virginia Woolf”, de Mike Nichols.

O único filme português neste ciclo é “Mudar de vida”, segunda longa-metragem de Paulo Rocha, recentemente restaurada em cópia digital.

Em janeiro, a Cinemateca irá ainda recordar o cinema da atriz irlandesa Maureen O’Hara, falecida este ano, que entrou em filmes de John Ford, Sam Peckinpah, Nicholas Ray e Alfred Hitchcock.

Há duas novas rubicas na programação da Cinemateca, dedicadas à produção cinematográfica portuguesa. Assim, em janeiro, serão mostrados “Sonhar é fácil” (1951), de Perdigão Queiroga, e “Azul Azul” (1983), de José de Sá Caetano.

A outra rubica, “Imagem por imagem”, é dedicada ao cinema de animação. No dia 12 serão mostrados, por exemplo, as curtas “Ovo”, “A suspeita”, “Viagem a Cabo Verde” e um excerto de “Estilhaços”, o filme no qual José Miguel Ribeiro atualmente está a trabalhar.

Janeiro será também o mês em que a Cinemateca recordará o cinema do realizador russo Sergei Eisenstein, com a presença em Lisboa de Naum Kleiman, historiador, crítico de cinema, cofundador do Museu Eisenstein, em Moscovo.

“A greve”, “O couração Potemkine” e “Outubro” são três dos filmes de Eisenstein nas sessões-conferência da Cinemateca com Naum Kleiman.