Quase a fazer 78 anos, o presidente do FC Porto continua ativo no mundo do futebol, para delírio dos seus adeptos e incomodando adversários. Esta segunda-feira, foi anfitrião de mais uma gala dos Dragões de Ouro, reafirmando a mística que embala.
Sem intervenções assíduas como antigamente, mas oportunas, Jorge Nuno Pinto da Costa sabe sempre como defender as cores azul e branca, lançando farpas a quem o atinge, sem medos de represálias.
Bairrista confesso, o líder portista sempre lutou “para que Lisboa não seja o centro de tudo e de todas as atenções”. “Com a força das gentes do Norte vamos lutar contra o centralismo da capital”, frisou em 2009.
Cada viagem a Lisboa para um dos clássicos, é momento de tensão, pois as rivalidades são reconhecidas e as relações entre Pinto da Costa e os congéneres do Sul não são propriamente de amizade, alimentando páginas de jornais e entretendo o povo com picardias.
À frente do FCP há já 33 anos, Jorge Nuno é o presidente com mais títulos do futebol mundial, tendo sido distinguido com o “Prémio de Carreira” no Global Soccer Awards, no Dubai.
Sem ser consensual, Pinto da Costa é uma referência do desporto-rei e já faz parte da história do futebol. Os livros “Largos dias têm 100 anos” e “31 anos de presidência, 31ª decisões” reúnem parte da sua biografia que precisaria de mais obras para ficar completa.
Homem de paixões variadas vive sereno no quarto casamento. Ao lado de Fernanda redescobriu a tranquilidade a dois, tendo na companheira uma aliada para os bons e maus momentos.
Recentemente, em agosto, foi operado à vesícula depois de, em setembro de 2012, ter também sido submetido a uma cirurgia complexa ao coração. Dois embates que ganhou, não fosse ele um vencedor nato.
Tudo correu bem, mas Pinto da Costa acabou por confessar ter tido medo de morrer: “Tive a sensação de que, ‘pronto, já foi muito bom’. Lembro-me que, passado umas horas, comecei a ouvir apitos e luzes e pensei: ‘Afinal estou vivo'”.
Com batidas renovadas, voltou à liderança e, já este este ano, a pretexto dos 38 anos de presidência, reconheceu ter idade para se reformar. “Mas não o farei enquanto tiver vontade de fazer mais e fazer com que o FC Porto seja maior. Enquanto sentir isso, esqueço-me do bilhete de identidade e encaro o dia-a-dia como mais um dia de trabalho”, frisou.
E é com energia que, no próximo dia 28, soprará 78 velas, na companhia da mulher, e talvez dos dois filhos, Joana e Alexandre, e dos netos, Nuno e Maria, por cá ou no Brasil.