Pouco mais de dois anos após assumir a presidência do Sporting, Bruno de Carvalho já fez obra num clube que andou à deriva nas duas últimas décadas, enchendo agora Alvalade de uma massa associativa ávida de títulos.
Eleito há dois anos, o gestor realizou um sonho antigo, pois desejava ser presidente leonino desde os 6 anos, altura em que se estreou no velho estádio e até chorou de emoção.
Sportinguista convicto, Bruno pertenceu à Juve Leo, o que atualmente lhe dá uma grande proximidade com os adeptos e principalmente com a claque, não se coibindo de celebrar entre o povo as mais recentes vitórias.
Em Alvalade, o agora líder ajudou crianças através da Fundação Aragão Pinto e redescobriu o amor ao lado de Cláudia, a atual mulher de quem tem uma filha, Diana, que em fevereiro completa um ano, que se juntou à primogénita Ana Catarina, fruto do casamento anterior.
Unidos pelas cores clubísticas, Bruno e Cláudia casaram-se, em 2011, numa cerimónia íntima e de sonho, em Bora Bora, na Polinésia Francesa. Repetiram o “sim”, mais tarde, em Portugal, por causa da família. Entre gostos em comum, partilham a paixão por sushi e adoram ir ao cinema.
Junto há mais de oito anos com Cláudia, diretora financeira numa empresa de tecnologias de informação, que não poupa elogios ao marido. “O Bruno é uma pessoa muito determinada. Ele luta pelos objetivos até ao fim, não é nenhum desistente”, disse já em entrevistas.
Foi sem meios termos e vontade de vencer, que Bruno de Carvalho “roubou” Jorge Jesus do rival Benfica e, perante os resultados, provado que fez a aposta certa. Mas, mesmo no primeiro lugar, não deixa de lançar farpas aos adversários, quer quando tem tempo de antena, como nas redes sociais onde é assíduo e não tem reservas em partilhar também momentos familiares.
Natural de Lourenço Marques, a atual Maputo, Moçambique, o dirigente chegou a Lisboa com apenas dois anos. Na capital, licenciou-se em Gestão no Instituto Superior de Gestão e tirou o mestrado em Gestão do Desporto de Organização Desportivo na Faculdade de Motricidade Humana.
Empenhado em ser gente, começou cedo a trabalhar e, aos 19 anos, era já diretor comercial numa empresa de construção civil e, aos 30, foi patrão de cerca de 600 pessoas no mesmo ramo que deixou em 2008 para abraçar outros desafios.
Bruno de Carvalho jogou râguebi, futebol e praticou luta livre mas, aos 43 anos (faz 44 a 8 de fevereiro), fica-se pelo lugar de espetador nas modalidades que gere e que defende sem receio de castigos ou represálias.
Esta semana, depois de o Sporting ter vencido o FC Porto (2-0) e, mesmo com o Benfica ainda a 4 pontos, usou o Facebook para atacar os encarnados que considera terem sido beneficiados na vitória em Guimarães (0-1). “Começar o ano com dois penaltis perdoados não é para qualquer um! Será que desta vez, também de forma ‘miraculosa’, vai sair a nota do árbitro na comunicação social? Se pensam que nos adormecem com ‘quem fez o melhor negócio’ enganam-se! Os 1120 jantares não serão esquecidos! Podem ameaçar com os processos que quiserem que quem não cumpriu os regulamentos não foi o Sporting Clube de Portugal!”, escreveu.
O percurso até ao posto desejado aos comandos sportinguistas inspirou o livro “O presidente sem medo” da autoria de Bruno Roseiro. Lançada um ano após Bruno de Carvalho ter assumido a presidência, a obra serviu, segundo a sinopse, “para entender um homem que, mais do que um dirigente desportivo, é um improvável líder que veio para ficar”.
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