No dia em que lançou o videoclipe do single “Não me Digas”, Darko (ou Zé Manel) não podia estar mais satisfeito com a evolução no estilo musical e pessoal que o consagrou desde tenra idade e o ajudou a encarar a música como a sua forma de expressão.
O artista, de 27 anos, falou com a Move Noticias e revelou que este é um tema “feito sobre o amor, por amor e com amor”. “Esta música tem aquele ingrediente invisível que faz dela a mais especial, é sem dúvida um dos temas mais bonitos que alguma vez fiz”, sublinhou com a paixão que o caracteriza.
De regresso às luzes da ribalta, dois anos depois do lançamento do primeiro álbum de originais com o nome de Darko, Zé Manel volta também com temas em português: “Cada vez mais me sinto confortável a cantar na minha língua”. Para o futuro, quiçá um trabalho “exclusivamente em português”. Enquanto esse momento não chega, vai mantendo a esperança de, uma vez mais, ser bem aceite pelo público.
Sobre este videoclipe, Zé Manel ressalva a participação de “uma grande amiga” de seu nome Carolina Loureiro, a jovem atriz apontada como namorada de David Carreira. “Ela acompanhou toda a história que originou esta música, portanto ninguém melhor que ela para o protagonizar”, explicou.
Relembre-se que “Não me digas” faz parte de um rol de cinco temas incluídos num EP digital (“Prelude”) que antecede o lançamento “em abril” do segundo disco de originais de seu nome “Over Expression”.
Um homem de causas
À margem da música, o ex-vocalista dos Fingertips continua a abraçar uma causa que lhe é particularmente querida: as crianças desaparecidas.
Sócio fundador da Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas – que existe há cerca de dez anos -, à qual a sua irmã (advogada de profissão) preside, Zé Manel teve um primeiro contacto com esta realidade quando “no final de um concerto dos Fingertips” teve oportunidade “de privar com os pais do Rui Pedro”.
“Ao longo dos anos conseguimos conquistar muitas coisas, com muito trabalho e com poucos recursos, no entanto ainda há muito para fazer”, garantiu, salientando que “embora as pessoas tenham noção desta realidade, continua a ser uma causa fantasma”: “Nós vemos as pessoas a passar fome na rua, vemos pessoas com cancro, mas as crianças desaparecidas nós não as vemos e, por isso, é muito difícil que as pessoas nos apoiem… é mais fácil passar ao lado”.
Empenhado em mudar mentalidades, o cantor explicou a importância de “não tirar os olhos” das suas crianças e desmistificou “a espera de 48 horas para dar início às buscas”: “Isso é um mito urbano que não está escrito na lei! Foi um dado que se tornou adquirido mas que não é de todo verdade. Está provado que as duas horas seguintes ao desaparecimento são essenciais para a recuperação da mesma!”.
Para alertar para esta causa, Zé Manel continua, assim a dar a cara (e a música) e, nesse âmbito lançou (em maio último) por ocasião do dia internacional da criança desaparecida (dia 25), o tema “Fomos Somos”. As receitas obtidas com a música, disponível online para download, reverteram integralmente a favor da instituição.
Fotos: Alexandra Martins do Vale