As nomeações aos prémios mais desejados do mundo do cinema estão a causar polémica. Tudo por que pelo segundo ano consecutivo nenhum ator negro foi nomeado nas categorias de representação.
Assim, a atriz Jada Pinkett Smith e o realizador Spike Lee já anunciaram que não vão estar presentes na cerimónia, que se realiza a 28 de fevereiro, em Los Angeles.
A mulher de Will Smith usou as redes sociais para dar conta da sua decisão na segunda-feira, dia em que nos Estados Unidos se comemorou o dia de Martin Luther King Jr., pioneiro dos direitos civis. Spike Lee fez o mesmo e apontou que a escolha do dia não é coincidência. “Dr. King disse ‘Chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, nem política, nem popular, mas temos de tomá-la porque a nossa consciência nos diz que não está certo'”, escreveu no Instagram. Para o realizador, a “verdadeira batalha”, no entanto, é nos escritórios dos executivos de Hollywood, onde se decide o que recebe luz verde: “A verdade é que nós não estamos naquelas salas e até as minorias conquistarem o seu lugar os Óscares vão continuar branquinhos”.
Já Jada publicou um vídeo no Facebook, no qual disse: “Implorar reconhecimento, ou até pedir, diminui a nossa dignidade, diminui o nosso poder e nós somos um povo digno e poderoso. A Academia tem o direito de reconhecer quem quiser, de convidar quem quiser. Talvez seja altura de tirarmos os nossos recursos e investirmos nas nossas comunidades e nos nossos programas”.
Na sequência das nomeações, a própria presidente da Academia de Artes Cinematográficas, Cheryl Boone Isaacs, afro-americana, reconheceu a desilusão. “Claro que estou desiludida, mas isto não pode tirar a grandiosidade (dos filmes nomeados). Foi um ótimo ano no cinema. Nunca sabemos o que vai aparecer no papel até vermos”, afirmou.
We must stand in our power!We must stand in our power.
Publicado por Jada Pinkett Smith em Segunda-feira, 18 de Janeiro de 2016