A Organização Mundial de Saúde (OMS) vai determinar na próxima semana se o surto do vírus Zika constitui uma emergência sanitária de alcance internacional.
A organização dedicou uma sessão do conselho executivo, que está a decorrer esta semana em Genebra, ao surto do vírus Zika, que afeta mais de vinte países na América Latina. De acordo com Bruce Aylward, diretor-adjunto da OMS, a reunião servirá em parte para garantir que as autoridades dos vários países não apliquem restrições desnecessárias ao comércio e deslocação de pessoas.
A situação mais grave é a do Brasil, onde o ministério da saúde estima a ocorrência de entre 497.593 e 1.482.701 casos em 2015, incluindo 3.893 casos de microcefalia. A Colômbia é o segundo país mais atingido, tendo sido confirmados 13.808 casos, incluindo em 890 grávidas, e 2.611 casos suspeitos.
O vírus Zika é transmitido aos seres humanos por picada de mosquitos infetados e está associado a complicações neurológicas e malformações em fetos. Não se transmite de pessoa para pessoa.
O que é o vírus Zika
É um vírus da família Flaviviridae, do género Flavivirus. Está relacionado com os vírus da dengue, febre amarela, encefalite do Nilo e encefalite japonesa e da febre chikungunya.
O vírus zika foi isolado pela primeira vez em macacos do Uganda em 1947 na floresta de Zika. Em humanos, a sua presença foi identificada pela primeira vez em 1954, na Nigéria. Deram-se desde então mais quatro surtos em África, no Sudoeste Asiático, e Ilhas do Pacífico.
Quais os sintomas
A Direção-Geral da Saúde (DGS) indica que “os sintomas e sinais clínicos da doença são, em regra, ligeiros: febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares”. Na maioria dos casos, a infeção passa despercebida.
Há entretanto forte evidência de que a infecção pelo vírus zika esteja associada a casos de microcefalia congênita, quando se afeta mulheres grávidas.
Pode ainda verificar-se uma desordem rara do sistema nervoso, o síndrome Guillain-Barre, que causa paralisia temporária.
Tratamento
Não há ainda qualquer vacina ou medicamento contra o zika. Apenas se faz o tratamento dos sintomas com anti-inflamatórios e analgésicos.
Estima-se que uma vacina apenas venha a tornar-se eficaz dentro de uma década. Os ensaios clínicos desta vacina apenas estarão disponíveis em dois anos.
As medidas para conter a doença incluem a erradicação do mosquito, mediante a eliminação de águas paradas, que podem ser terreno fértil para a proliferação do Aedes aegypti, e tentar evitar as picadas com repelentes, uso de roupa que cubra todo o corpo e portas e janelas fechadas.