Uma em cada quatro pessoas morreu de cancro, em Portugal, em 2013, sendo que 40% dizem respeito a pessoas com menos de 65 anos. Os dados foram avançados pelo Eurostat e divulgados no âmbito do Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, que se assinala esta quinta-feira, dia 4.
O cancro foi a causa da morte de 26% da população da União Europeia em 2013, sendo que abaixo dos 65 anos a taxa de óbitos por cancro sobe para 37%.
O cancro do pulmão foi o que mais mortes causou: 21% de óbitos na UE e 15% em Portugal.Tanto ao nível europeu como nacional, o cancro do pulmão mata mais homens do que mulheres.
Já o cancro colorretal surge, na média europeia, em segundo lugar na lista dos mais mortais (12%), mas empatado com o do pulmão em Portugal (15%). Seguem-se os cancros da próstata, da mama e do pâncreas, com mortalidades em Portugal e na União Europeia que não vão além dos 7%.
Eslovénia, Holanda e Irlanda são os países que, em 2013, apresentam as maiores taxas de mortalidade por cancro. No extremo oposto estão a Bulgária e a Lituânia.
Petição entregue no Parlamento
Esta quinta-feira será entregue uma petição com 25 mil assinaturas no Parlamento, com o objetivo de acabar com as desigualdades no acesso ao rastreio, diagnóstico e tratamento do cancro da mama.
Lançada pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) a 19 de Novembro, a petição “Pela Equidade no Acesso ao Rastreio, Diagnóstico e Tratamento das mulheres com Cancro da Mama” vai ser entregue numa sessão com o vice-presidente da Assembleia da República, José Manuel Pureza.
O propósito é assinalar o Dia Mundial de Luta Contra o Cancro de “uma forma positiva, mas também reivindicativa em relação aos doentes oncológicos e, sobretudo, chamar a atenção dos nossos representantes na Assembleia da República, que são os que fazem as leis e que podem pressionar os governos para que haja uma determinação no que diz respeito à oncologia”, explicou o secretário-geral da LPCC à agência “Lusa”.
A petição já reuniu 25 mil assinaturas, mas o processo vai continuar no site da Liga. O documento visa também criar, junto da comissão parlamentar de Saúde, um grupo de reflexão sobre a situação da oncologia no país e que a Assembleia da República coloque “o cancro na agenda”.
Atualmente, surgem seis mil novos casos de cancro da mama por ano, 16 novos casos por dia. Em 2014, foram realizadas mais de 279 mil mamografias em todo o país, através do programa de rastreio da LPCC.