Há uma tradição do nosso burgo que deve ser estimulada e, porque não, homenageada. Falo desses ícones a que usualmente chamamos de cervejarias.
Na boa tradição portuense as cervejarias sempre tiveram um caráter especial e distintivo. A sua primeira referência diferenciadora é, como o nome indica, a cerveja. Cerveja a que o pragmatismo portuense – por ser de pressão e, por isso, aconselhada de beber em copo de vidro fino, transformou nos famosos finos, símbolos vivos da pulsão festiva dos tripeiros.
Os finos transformam-se, dependendo do tamanho e das misturas, em muitas outras coisas: lambretas, príncipes, canecas, girafas, traçadinhos, panachés e …, tantas coisas mais.
O universo da cerveja pede, claro boa companhia. E a primeira e mais qualificada é a do marisco. Mais pobre ou mais rico, o marisco, faz jus à proximidade que as cervejarias sempre tiveram com as marisqueiras. Depois, para simbolizar essa outra belíssima característica das cervejarias que é a de serem locais onde (também) se come fora de horas, vem a truculenta tradição petisqueira do Porto, representada, nos croquetes, nos rissóis, nas iscas, no bucho, no pica-pau, nas moelas, etc, etc.
As novas gerações descobriram novas coisas, com mais ou menos pronúncia e que se fixam igualmente no mesmo impulso que as casas de cerveja proporcionam.
O novo impulso passou também pela recriação do imaginário das cervejas. Um retorno ao passado que passa pela descoberta estimulante das cervejas artesanais, hoje felizmente com tantas e tão boas representações.
Passamos desta forma para cervejarias mais pequenas, onde reina o hamburger, a slice pizza, o cachorro e, incontornavelmente a francesinha.
Se quisermos eleger o marisco da nova geração então, tropeçamos inevitavelmente com a francesinha como a grande “dama de companhia” da cerveja.
E isso dá-nos a deixa para falarmos da PortoBeer – com uma gestão renovada este projeto tão estimulante do grupo Sonae, faz o equilíbrio certo entre as antigas e as novas cervejarias. Num espaço depurado, contemporâneo e elegante, a Portobeer tem nas múltiplas cervejas e na francesinha os seus grandes ícones. As francesinhas explodiram nos últimos dois anos – nos sabores, na composição, nos molhos, na diversidade. Desde a mais frugal vegetariana, até ao opulento rodízio, o que o Portobeer propõe é a celebração em Festa desta grande marca do Porto, que pode ser um dos bons princípios de internacionalização da cozinha petisqueira do Norte.
Mas para além deste abraço na tradição portuense, a Portobeer não esquece outras tradições mais antigas – as do bucho, da orelheira, do polvo, das pataniscas, do pica-pau, das moelinhas, das salsichas alemãs, dos ovos rotos com farinheira, etc, etc.
Depois há a carta cheia de boas sugestões – o bacalhau, as açordas, o arroz do mar, os bifes de diversa natureza, até ao mítico bife rolha e tantas outras iguarias da boa cozinha portuense.
Por isso, caro leitor, tenha ou não a nossa boa pronúncia, não deixe de fazer a viajem pela grande tradição cervejeira do Porto, com paragem obrigatória neste renovado Portobeer onde na amorável francesinha e numa boa cerveja artesanal, pode celebrar a grande história gastronómica do Porto.
Portobeer
Av. Da Boavista, 1245
4100-130 Porto
Tlf.: 226 086 793