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Aplausos e lágrimas à chegada do corpo de Nicolau Breyner à Basílica da Estrela

O corpo de Nicolau Breyner chegou às 18h05 à Basílica da Estrela, em Lisboa, e ouviram-se aplausos, de dezenas de anónimos que se encontravam no local. Na basílica já se encontravam as filhas do ator, Mariana e Constança, que chegaram acompanhadas da mãe, Cláudia Fidalgo Ramos.

Mafalda Bessa, a última mulher do artista, chegou ao velório cabisbaixa, apoiada por um dos filhos preferindo não prestar declarações.

Além de dezenas de anónimos, visivelmente emocionados, também algumas caras conhecidas não quiseram perder a oportunidade de dizer “adeus” a Nico, como era carinhosamente tratado por todos. Os elogios ao também encenador e realizador sucederam-se neste momento de dor.

“O Nico era completamente transversal dentro das artes. Tocou-nos a todos por ser um homem que estava à frente do seu tempo. Não era mais um colega, era um amigo e um irmão”, disse Luís Represas.

Em lágrimas, Melânia Gomes revelou que vai recordar Nicolau Breyner como um “grande homem, com um grande coração”. “Ele ajudou-me nos meus primeiros passos e ainda hoje lhe pedia conselhos”, acrescentou a atriz, que fez questão de sublinhar a “generosidade” do artista, com quem trabalhou em diversos projetos.

Já António Sala elogiou o carácter de Nico, de quem era amigo “há quase 50 anos”: “Ele era um católico e acreditava que havia alguma coisa para além disto. Por isso ele deve estar lá em cima a fazer de senhor Contente, nós é que estamos tristes, mas isso passa porque ele vai continuar connosco”.

Foi com um sorriso nos lábios que Lurdes Norberto escolheu recordar Nico e não tem dúvidas que o ator “deixou muito por fazer”. Aliás, Breyner preparava-se para partir amanhã para o Brasil, para realizar um filme, um dos muitos projetos em que estava envolvido: “Ele tinha sempre algo em mente”.

Personalidades de vários quadrantes da sociedade, desde a cultura à política, passaram pela Basílica da Estrela e assistiram à cerimónia religiosa privada. Também um grupo de Cante Alentejano de Serpa, terra natal do malogrado ator, atuou à porta do templo.

Após a missa de corpo presente as portas da basílica abriram-se para todos aqueles que quiserem prestar a última homenagem a Nico.

Fotos: José Gageiro e Alexandra Martins do Vale