Grávida do segundo filho, fruto do casamento com Ricardo Afonso, a filha mais velha do malogrado ator António Feio falou à Move Notícias sobre o seu estado de graça, sobre a presença do pai na vida dos seus filhos, da relação que tinha com o falecido artista e das saudades que “aumentam” a cada ano que passa.
Matilde seria “a princesinha do avô”
Quase a chegar à reta final da gravidez – Bárbara está de 31 semanas – a figurinista revela que esta tem sido uma gravidez “bem diferente da primeira”, na medida em que está numa fase da sua vida “mais serena”.
“Na gravidez do Dinis o meu pai estava no auge da sua doença e eu tinha duas prioridades: era manter o bebé são na barriga e tentar a todo o custo salvar o meu pai, e por isso não consegui dedicar-me a cem por cento ao meu estado de graça”, relembra salientando que “agora paro mais para pensar, tenho mais tempo para me dedicar às pequenas coisas como o enxoval e acaba por ser um momento mais vivido”.
Com António Feio sempre “presente”, Bárbara acredita que se o progenitor pudesse ter conhecido a Matilde, esta seria “a princesinha do avô”. “O meu pai era um apaixonado pelo Dinis ainda antes de ele nascer, e acho que com a Matilde não seria diferente”, justifica crente que o ator e encenador português seria “um avô com muito daquilo que foi enquanto pai”, um homem “pouco galinha” mas “capaz de proporcionar muito bons momentos e que lhes passaria um enorme legado cultural”.
“Saudosa” – “é aquele sentimento que cresce ano após ano” – Bárbara Feio revela que uma das maiores carências que sente pela falta do progenitor é “a preocupação que ele demonstrava enquanto estive grávida, a par do mimo que me dava”: “Foi extraordinário, apesar de toda a sua luta, o meu pai fazia questão de me ligar para saber se estava tudo bem, ainda que estivéssemos muito tempo juntos”.
Embora António Feio já não esteja cá para viver as delícias “do estatuto de avô”, a sua primogénita faz questão que os filhos vivam com a memória de quem foi o ator e da herança que ele deixou: “Tenho muita pena que a Matilde não vá ter convivência com ele. O Dinis, apesar de tudo, ainda teve três meses de registo fotográfico, e vejo a relação que ele tem com a figura do avô, ele reconhece o avô em qualquer situação, em qualquer programa. Se consegui passar isso a um miúdo que não tem lembranças físicas, com certeza que com a Matilde também vai acontecer”.
E porque o espólio de Feio é vasto e de referência, Bárbara faz questão de manter viva a memória do pai, tal como aconteceu no espetáculo solidário “Quem Feio Ama”, onde as receitas “mais de vinte mil euros” reverteram a favor da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos. “Lembro-me dele todos os dias, mesmo depois de já terem passado cinco anos e meio, e lembro-me não porque existem fotografias na lareira, mas porque acho mesmo que os pais e os filhos fazem parte uns dos outros”, conclui visivelmente emocionada.
Fotos: José Gageiro