Cerca de 60 a 90% das crianças em idade escolar sofrem de cáries dentárias, um problema que atinge quase todos os adultos, conclui um estudo da Organização Mundial de Saúde divulgado pela organização “Mundo a Sorrir”.
A propósito do Dia Mundial da Saúde Oral, que se assinalou no domingo, a Organização Não Governamental (ONG) portuguesa salienta que a OMS considera as cáries dentárias a “doença não contagiosa mais comum no mundo”.
O estudo realça ainda que, mundialmente, 30% das pessoas entre os 65 e os 74 anos já não possui dentes naturais. Entre os fatores de risco para as cáries dentárias e doenças orais estão “uma dieta pouco saudável, o tabagismo, o abuso do álcool e uma fraca higiene oral, bem como desigualdades sociais”, afirma Miguel Pavão, fundador da “Mundo a Sorrir”, através de um comunicado.
A escovagem dentária com pastas fluoretadas é, segundo o especialista, a forma mais eficaz e económica de prevenir a cárie dentária, mas “é preciso que os cuidados de saúde oral cheguem a todas as pessoas, o que ainda está longe de acontecer”.
Em Portugal, no âmbito do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral (PNSO), desde o início deste mês que os cheques-dentista abrangem também jovens de 18 anos que já tinham beneficiado deste apoio e que tinham concluído o plano de tratamentos aos 16 anos.
Este alargamento do PNSO passou também a abranger os infetados com VIH/sida que já não faziam tratamentos há mais de dois anos, sendo-lhes atribuídos dois cheques-dentista para um ciclo de tratamentos.
As crianças e jovens portadores de deficiência que precisam de sedação para tratar dos dentes passaram igualmente a ter acesso a cheques-dentista, podendo ser tratados nos serviços de estomatologia dos hospitais.
Atualmente, o cheque-dentista abrange crianças de 7, 10, 13 e 15 anos que frequentem as escolas públicas, idosos com complemento solidário, grávidas e portadores de VIH.
O programa dos cheques-dentista existe desde 2008 e foram já distribuídos um total de mais de 3,6 milhões de cheques, abrangendo 2,2 milhões de pessoas. A taxa de utilização destes cheques tem tido uma média de 74%.