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Carlos Cruz junta centenas de pessoas em lançamento de autobiografia

Em vésperas de completar 74 anos (a 24 de Março), o antigo apresentador de televisão juntou família, amigos e muitos anónimos no lançamento da sua autobiografia que aconteceu no auditório do hotel Altis, em Lisboa.
Com capacidade para 200 pessoas, o espaço revelou-se pequeno para o efeito.

A gozar licença precária, Carlos Cruz recebeu de forma calorosa quem ali o foi felicitar.

Apresentação marcada pela emoção
Passavam poucos minutos das sete da tarde quando foi dado início à cerimónia.

“O livro descreve o essencial da minha vida, o que vivi, o que vi, o que senti, como vivi, como vi e como senti”, afirmou o apresentador, explicando que o escreveu “à mão, em 1.363 páginas”, e com o apoio de pessoas no exterior, porque na prisão da Carregueira (onde se encontra a cumprir pena pelo crime de abuso de menores) não tinha nem computador nem internet.

Desprovido da sua liberdade mas completo de tempo e “isolado do mundo, numa solidão enriquecedora porque propicia o auto-confronto”, optou por levar a cabo o projeto que já havia pensado há muito mas para o qual nunca avançou por achar “que não tinha obra feita suficiente”.

“Uma vida” conta em nome próprio as histórias relevantes na vida de Carlos Cruz: Os primeiros trabalhos na rádio em Angola, o regresso a Lisboa, o trabalho na rádio e na televisão nacional e os programas pelos quais deu a cara, antes e depois do 25 de abril, sem esquecer os seus amores, a família e muitas pessoas que foi conhecendo ao longo dos anos, onde o leitor “pode fazer o exercício de perceber quem são os lobos ou os cordeiros”. No total das quase 600 páginas da “bíblia”, Carlos Cruz não poupa a organização do euro 2004 e lança a polémica ao falar de “corrupção” no europeu de futebol. “Muitas pessoas que não são honestas” sublinhou, garantindo não ser “um ajuste de contas”. “Não estou zangado com ninguém, nem espero pedidos de desculpa. Este processo não fez com que perdesse amigos, pelo contrário fez-me estreitar laços e mostrou-me o reconhecimento de uma multidão de anónimos, e isso ninguém me tira”, afirmou visivelmente emocionado.

No final da cerimónia – que “superou todas as expectativas” -, antes dos esperados autógrafos, houve ainda espaço para um momento musical com Jorge Quintela (piano), Naná Sousa Dias (saxofone) e Paulo Ramos (voz). Ao som de “Impossible Dream” os presentes puderam recordar alguns dos momentos expostos no livro através de um filme com imagens da vida do ex-apresentador.

Para além da família, o autor contou ainda com a presença “de um grande amigo”, Ruy de Carvalho que no término da apresentação leu o poema traduzido da canção preferida de Cruz, “My Way”. Veja as fotos:

Fotos: Alexandra Martins Do Vale