Cientistas identificaram pela primeira vez um gene por trás do embranquecimento do cabelo, após a análise do ADN de mais de 6.300 pessoas de cinco países latino-americanos.
O gene, chamado IRF4, atua para regular a melanina, o pigmento responsável pela cor do cabelo, pela cor da pele e dos olhos. Pessoas com uma certa versão do gene são predispostas a ter cabelos grisalhos, de acordo com o geneticista da University College of London (UCL) Andrés Ruiz-Linares, um dos pesquisadores do estudo.
Os cientistas afirmaram que o embranquecimento não é causado exclusivamente pela genética e fatores como stresse ou a experiência de um evento traumático também cumprem um papel. “Este é realmente o primeiro estudo sobre a genética dos cabelos grisalhos em humanos”, afirmou o geneticista Kaustubh Adhikari, também da UCL.
Os pesquisadores disseram que a identificação desse gene poderia oferecer um caminho para o desenvolvimento de um tratamento para prevenir e reverter o processo: “Uma droga que tenha efeito no percurso de produção de melanina nos folículos do cabelo podem, como os folículos se desenvolvem internamente, reduzir a necessidade de aplicar tintas. Este é certamente um caminho de pesquisa que vale a pena seguir”.
Os pesquisadores reuniram informações genéticas de homens e mulheres de Brasil, Colômbia, Chile, México e Peru, com uma combinação de antepassados europeus, indígenas e africanos.
A variação do gene que deixa as pessoas predispostas a ter cabelo grisalho mais cedo foi praticamente só vista naqueles de origem europeia. “Isso pode, em certo grau, explicar por que cabelos grisalhos são mais comuns nos europeus do que noutras populações”, disse Ruiz-Linares.