Um novo estudo de investigadores dos EUA e Reino Unido defende que os efeitos benéficos de alimentar bebés com produtos à base de amendoins para diminuir o risco de alergia.
No ano passado, um outro estudo afirmou que o consumo de amendoins poderia reduzir em 80% as hipóteses de reações alérgicas futuras. Mas os cientistas agora foram além: proteção a longo prazo contra alergias não apenas pode ser obtida, mas mantida mesmo se produtos à base de amendoim forem evitados pelas crianças por um ano.
Os investigadores estudaram 550 crianças consideradas sob risco de desenvolver alergias – porque tinham sofrido de eczema quando bebés – e prosseguiram o trabalho feito no ano passado por cientistas americanos e britânicos, em que pela primeira vez cientistas perceberam que a exposição de crianças a pequenas quantidades de amendoim poderia evitar alergias.
O novo estudo argumenta que, se houver consumo nos primeiros 11 meses de vida, uma criança de cinco anos de idade pode parar de comer amendoins durante um ano e, ainda assim, não desenvolver alergias.
“Acreditamos que o medo de alergias alimentares é o que chamamos de profecia auto-realizável: o alimento é excluído da dieta e, como resultado, a criança não desenvolve tolerância”, disse à BBC Gideon Lack, um dos principais autores do novo estudo.
Os pesquisadores usaram as mesmas crianças testadas no estudo original – metade delas tinham recebido alimentos à base de amendoim enquanto bebés e a outra apenas se alimentado de leite materno. De acordo com os cientistas, aos seis anos de idade não havia crescimento estatístico significativo em alergia após 12 meses de interrupção no consumo nas crianças que tinham ingerido amendoins.
Para o professor Lack, novos estudos são necessários para estabelecer se a resistência pode durar mais que 12 meses. Segundo dados do estudo, 20 mil bebés por ano são diagnosticados com alergia a amendoins nos EUA e no Reino Unido. E, entre 1995 e 2005, o número de diagnósticos triplicou. Os cientistas afirmam que os métodos de deteçcão permaneceram os mesmos.
“Os resultados mostram uma nova maneira de analisar os mecanismos de tolerância para comidas alergénicas em crianças sob risco”, afirmou Barry Kay, cientista do Imperial College, em Londres.