As pessoas com diabetes têm um risco duas vezes maior de vir a sofrer de um episódio de doença cardiovascular do que a população não diabética. Esta é a principal causa de morbilidade e mortalidade entre os diabéticos, sendo responsável por cerca de 80 por cento do total de mortes registadas.
“As pessoas com diabetes têm um risco acrescido de sofrer de doença cardiovascular, continuando este risco a aumentar exponencialmente depois de o diabético ter um evento cardiovascular, como por exemplo um enfarte do miocárdio ou um AVC. Nestes casos, o risco passa a ser quatro vezes maior e não apenas duas”, explicou Pedro Matos, cardiologista e membro da Sociedade Portuguesa de Diabetologia.
O especialista alerta para a diferença dos sintomas da doença cardiovascular no doente diabético: “Nas pessoas com diabetes, os sintomas da doença cardíaca podem ser diferentes e mais insidiosos. Nem sempre ocorrem os habituais sinais de alarme, como a angina ou a dispneia, devido à presença frequente de neuropatia autonómica, uma complicação da diabetes nem sempre identificada”.
“Para tentar prevenir episódios cardiovasculares, os doentes diabéticos devem ser rigorosos no controlo da pressão arterial e do colesterol, nunca descurando a importância do controlo da glicémia e a modificação do estilo de vida através de uma alimentação saudável e prática de atividade física regular”, concluiu.
A relação entre a diabetes e a doença cardiovascular é um dos temas que estará em destaque no 12º Congresso da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, um evento que vai juntar mais de 1000 especialistas, de renome nacional e internacional na área da diabetes, entre os dias 17 e 20 de março, no Tivoli Marina Hotel, em Vilamoura.