Artista de mão cheia, Maria Rueff tem na filha, Laura, de 11 anos, a maior prioridade. Fruto do relacionamento da atriz com José Pedro Vasconcelos, a menina é “atenta e inteligente”, não se deixando deslumbrar com as profissões mediáticas dos pais.
Por se ainda muito nova, a mãe não quer antecipar o futuro, mas reconhece-lhe já vários talentos: “Não vou negar que tem jeito… Sabe fazer sotaques na perfeição, é muito engraçada e canta bem”.
Consciente, Rueff garante que “seja qual for a escolha dela”, a apoiará “mas sem cunhas”. “Ela terá de fazer o seu percurso tal como eu fiz”, afirma, na esperança que a herança do nome dos pais nunca pese a Laura.
Em digressão com a peça “António e Maria”, de António Lobo Antunes, e na RTP com a mítica série “Nélio e Idália”, Maria Rueff acaba de estrear a comédia de Vicente Alves do Ó, “O Amor é Lindo… Porque Sim”.
Um projeto “muito bonito” e “comovente” que fez ao lado de novos atores: “Não há nada mais revigorante para uma pessoa com um caminho andado como eu, do que trabalhar com este sangue novo”. Sobre os colegas que a acompanharam nesta aventura, destaca-lhes o talento, assegurando que são eles que a “fazem querer continuar a caminhar nesta profissão que é dura”.
Sobre as dificuldades inerentes à vida de um ator, a eterna parceira de Herman José alerta que os artistas podem ” ter trabalho, e depois estar seis meses ou um ano sem fazer nada”. “Somos os primeiros precários da história”, nota.
Sobre a sua personagem no cinema, Gigi, Rueff admite “admirá-la” na medida em que é “uma mulher que em plena crise, e abandonada pelo marido – que foi atrás de um rabo de saia -, faz os possíveis para preservar o bem estar das filhas, principalmente da mais velha (Amália, personagem de Inês Patrício), para quem pede uma ajudinha a Santo António”.
Ao longo do seu percurso, Rueff nunca escondeu preferir “trabalhos de qualidade, independentemente do suporte”, sem nunca esquecer o lado social dos projetos que abraça. Assim, com objetivo de chamar à atenção também para os problemas dos tempos modernos, sublinha o tema principal do filme “que mostra que a crise pode muitas vezes levar-nos a descobrir novos talentos que serão a salvação”.
Fotos: Alexandra Martins Do Vale