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Helena Sacadura Cabral recorda com saudade a partida do filho Miguel Portas

A 24 de abril de 2012, faz este domingo precisamente 4 anos, que o então eurodeputado pelo Bloco de Esquerda, Miguel Portas, morreu, vítima de cancro de pulmão, em Antuérpia, na Bélgica.

A sua mãe, a escritora Helena Sacadura Cabral, não deixou passar a data em claro, recordando-o com eterna saudade.

Numa página na Internet escreveu, de véspera, um texto sentido com alguma revolta à mistura, intitulado “Quatro anos depois”, que ajuda a comprovar que uma mãe nunca consegue ultrapassar a morte de um filho.

“Posso afirmar, sem mentir, que não houve um só dia que começasse sem o saudar e o terminasse sem dele me despedir. Na minha casa as suas fotografias a sós e com o irmão (Paulo Portas) estão bem presentes. Vivo, aliás, rodeada dos meus, desde os bisavós aos netos que tenho. Amanhã (hoje) começarei o dia com uma missa em sua intenção, onde espero ter comigo o seu irmão e irmã (Catarina Portas), juntamente com os amigos. Não será um dia fácil, como aliás o de hoje (ontem) também não será, porque me faz lembrar os últimos momentos da sua vida, que é a imagem mais atroz que até hoje presenciei. O meu filho morreu com enorme dignidade e o que mais me custa é que tenhamos tido que a partilhar com o partido em que militava, o qual jamais permitiu que a sua morte fosse apenas assunto de família. Embora me esforce por compreender que essa era uma parte importante da sua vida, é-me muito difícil aceitar que o Bloco se pudesse ter transformado numa espécie de segunda família”, escreveu Helena Sacadura Cabral.