Um ano depois de celebrar vinte anos da companhia em nome próprio e 40 anos de carreira com a apresentação da peça “Propriedade Privada” (1996), no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, Olga Roriz regressa às luzes da ribalta com “Antes que matem os Elefantes”.
A nova peça da coreógrafa tem como temas centrais os refugiados, as migrações e os territórios, e fará uma digressão por cinco cidades durante 2016 e janeiro de 2017, passando pela Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão (28 de maio), Teatro Camões, em Lisboa (15 e 16 de julho), Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo (23 de setembro), Teatro Municipal de Bragança (29 de outubro) e Teatro Nacional de São João, no Porto (26,27 e 28 de janeiro de 2017).
De acordo com a Companhia homónima, a estreia está prevista para o Dia Mundial da Dança, 29 de abril, pelas 22h00, no Centro Cultural de Ílhavo, distrito de Aveiro, entidade com a qual a peça foi criada em coprodução.
Num texto publicado na página da companhia, Olga Roriz fala nas emoções, na procura, memória, os medos, dúvidas e inseguranças ligadas às migrações e à saída forçada das comunidades dos seus territórios de origem, abordadas na peça.
“Em frente… sempre em frente, não olhar para trás. Olhos fechados sem querer pensar, o frio, o medo do frio, a fome (…). O filho de encontro ao peito, cobertor às costas e malas, sacos, bonecos, entre uma outra pequena mão de carne e osso. Pés devastados, pisados de cada poeira”, escreve a coreógrafa.
Com seleção musical de Olga Roriz e João Rapozo, desenho de luz de Cristina da Piedade, vídeo e pós-produção de áudio de João Raposo, a cenografia e figurinos de Paulo Reis com participação da mentora da peça e, claro, a coreografia é assinada pela própria.
Na interpretação estarão Beatriz Dias, Carla Ribeiro, Marta Lobato Faria, André de Campos, Bruno Alexandre, Bruno Alves e Francisco Rolo.
Nascida em Viana do Castelo, em 1955, a coreógrafa estudou ballet clássico e dança moderna com Margarida Abreu e Ana Ivanova, ingressou na Escola de Dança do Conservatório Nacional de Lisboa e tornou-se primeira bailarina do Ballet Gulbenkian, onde foi depois convidada a coreografar.
Em 1995, viria a criar a Companhia Olga Roriz, atualmente instalada no Palácio Pancas Palha, cedido pela Câmara Municipal de Lisboa.
O seu repertório na área da dança, teatro e vídeo reúne cerca de 90 obras, entre elas “Pedro e Inês”, “Electra”, “Nortada” e “A Sagração da Primavera”.
Entre outros prémios, foi distinguida com a insígnia da Ordem do Infante D. Henrique (2004), Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores (2008) e Prémio da Latinidade (2012).