É, indubitavelmente, um dos mais célebres Capitães de Abril. Depois de ingressar na Academia Militar e na Escola Prática de Cavalaria, Salgueiro Maia foi alferes-comando em Moçambique durante a Guerra Colonial. Figura-chave da Revolução de Abril de 74, liderou a coluna militar que ocupou os ministérios do Terreiro do Paço e o quartel-general da Guarda Nacional Republicana, no Carmo.
Agora, em “24A74” a emblemática figura “sobe” ao palco para partilhar com os espectadores a memória dos acontecimentos que abriram caminho à Revolução de Abril. A Guerra do Ultramar está no topo da lista: “No Natal de 1968 chego ao continente, vindo directamente da zona de operações. Ao desembarcar em Lisboa, quase morro de frio, a que já não estou habituado. Mas, pior do que isso, é o alheamento das pessoas ao sofrimento da guerra”. Neste espectáculo, acompanhamo-lo até à madrugada do dia 25 de Abril de 1974, quando convenceu 240 homens a saírem da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, dispostos a negociarem a rendição de Marcello Caetano: “Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado: os Estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos!”.
“24A74 – Salgueiro Maia” chega ao teatro a partir do livro Capitão de Abril – Histórias da guerra do Ultramar e do 25 de Abril, com dramaturgia e encenação de Ricardo Simões, estará em cena na sala experimental do Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, Sábado, 23 de Abril, às 21h30, e Domingo, 24 de Abril, às 16h00.
O espectáculo é uma produção do Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana.