O programa dedicado aos empreendedores portugueses está de regresso à SIC para uma segunda edição, que promete algumas diferenças relativamente à primeira.
Depois de uma estreia em que foram investidos cerca de três milhões de euros em 40 negócios, em que se criaram 44 postos de trabalho, os tubarões veteranos (Mário Ferreira, Miguel Ribeiro Ferreira e João Koehler) mostram-se mais “cautelosos” na escolha dos projetos. “Nenhuma negócio ou ideia irá embora daqui por falta de dinheiro”, assegura o empresário nortenho. Mas também avisa que este programa não se faz com mecenas: “Estamos aqui para ganhar dinheiro”.
Aos três empresários que permutam da primeira temporada juntam-se duas novas caras. Embora desconhecidos do grande público, Isabel Neves e Marco Galinha estão bem cotados no mundo empresarial.
Isabel é advogada de formação e sénior partner da Isabel Neves & Associados. Há 25 anos que apoia jovens mulheres quando estão a dar os primeiros passos nas suas empresas. Preside ao Lisbon Business Angels Club, mas nunca teve exposição mediática. “É na tentativa e erro que se cresce. Os inputs que damos aqui fazem com que os concorrentes repensem o seu negócio”, garante sublinhando que “uma boa ideia pode não ser um bom negócio”.
Por seu turno, Marco Galinha, tem 38 anos, o curso de engenharia informática, complementado por uma formação em gestão empresarial e marketing na Harvard Business School. Hoje, o volume de negócio das empresas em que participa, na área do tabaco, ronda os 200 milhões de euros. É presidente do conselho de administração da Leirivending, em Leiria. “O que conta não são as vezes que caímos, mas quantas nos levantamos” é o lema de vida pelo qual se rege.
Depois de uma temporada de muito sucesso, Mário Ferreira, líder da Douro Azul, garante que este ano o programa está ainda melhor. “Está com muita tecnologia e com muitos jovens a apresentar ideias”, conta o empresário. Miguel Ferreira corrobora da mesma opinião e acrescenta que pela experiência que as pessoas adquiriram na anterior edição, chegam a esta “melhor preparadas”: “Os “pitchs” (apresentações) são melhores, há mais apetrecho, mais decoração, nota-se uma evolução”.
Embora numa primeira fase tenha havido, à posteriori, “alguns arrependimentos” os investidores conseguiram concluir negócios que já apresentam resultados bastante positivos. “A República da Pequenada, que agora se chama Kids.i, tem uma taxa de ocupação de 100%. Vamos aumentar a escola e fazer réplicas porque não há capacidade para mais. A Marido Aluga-se, para quem precisa de trabalhos em casa, também está a funcionar muito bem”, frisa Mário Ferreira, que ainda destaca um outro negócio que também está a correr bem mas que teve que dar a volta aos obstáculos “matrimoniais”. “A Origama (marca de toalhas) também é um negócio fantástico. Só teve um problema: os empresários eram casados e agora já não estão. Tive logo que comprar a quota de um deles. Nem tudo é um mar de rosas”, revela bem disposto o investidor do norte.
João Rafael Koehler também destaca os Sock Busters pelos resultados positivos que já conseguiu alcançar. Mas a par dos bons negócios que conseguiram fechar, Mário Ferreira destacou outra componente que lhe deu muita satisfação no primeiro “Shark Tank”: “Há pessoas que embora não queiram este mediatismo da televisão, nos procuram e daí já têm resultado bons negócios”
Não revelando qual o montante máximo que estão dispostos a investir, os cinco tubarões esperam encontrar ideias inovadoras. Com as gravações a decorrer até ao final de abril, sabe-se que pelo menos “uma patente já foi adquirida”. “Um negócio fabuloso”, sublinhou o empresário da Douro Azul, que tomou as rédeas da conversa durante a apresentação da nova temporada aos jornalistas.
Embora sem confirmação no que toca à data de estreia, acredita-se que “Shark Tank” voltará ao ecrã da estação de Carnaxide no segundo semestre do ano.