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Dilma promete lutar para cumprir o seu mandato até ao fim

No Brasil, o dia de ontem, 12 de maio, ficou marcado pela destituição de Dilma Rousseff da Presidência da República, como resultado de uma votação no Senado brasileiro.

No discurso de despedida, revelou todo o seu orgulho por ter sido a primeira mulher eleita para assumir a presidência em Terra de Vera Cruz, insistindo que “não há razão para o impeachment” e que esse é um processo “frágil e injusto, desencadeado contra uma pessoa honesta e inocente”, pelo que continuará a lutar “com todos os instrumentos legais” para exercer o seu mandato até ao fim, mais concretamente “até ao dia 31 de dezembro de 2018.”

“Nunca imaginei que seria necessário voltar a lutar contra um golpe no meu país”, prosseguiu Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, sendo que à porta desse local onde fez o seu discurso, um grupo de dezenas de mulheres manifestava-se contra a sua destituição, de forma pacífica, apenas acorrentadas a uma grade.

“Vamos ficar aqui em solidariedade com a democracia e com a própria Dilma até nos tirarem à força”, disse uma das manifestantes, citada pelo portal “UOL”.

A verdade é que este impeachment de Dilma Rousseff está também a tornar-se uma causa de género, já que, uma das situações notadas, é o facto de o novo governo brasileiro, agora liderado pelo interino Michel Temer, ter 23 ministros e nenhum deles ser do sexo feminino, situação essa que não acontecia no país desde 1979.

Ainda no que concerne a este discurso de despedida de Dilma, refira-se que, no final do mesmo, dois jornalistas da Globo foram agredidos por um grupo de simpatizantes da presidente destituída que vestiam camisolas alusivas ao PT e gritavam: “Fora daqui Rede Globo.”

Este é, de resto, mais um sinal de que as opiniões no Brasil estão cada vez mais divididas, situação que está a provocar ondas de violência.