O primeiro concerto a solo do músico português Miguel Araújo, em Londres, esgotou (no passado dia 5 de maio) os bilhetes disponíveis, levando a produtora a marcar uma segunda sessão para o dia 5 de junho.
A audiência da sala de espetáculos Under the Bridge, que já acolheu músicos como Robbie Williams, Kasabian, Alicia Keys ou Bruno Mars, será sobretudo portuguesa, algo que o músico justifica devido ao tipo de música e à importância da letra no seu trabalho.
Ao contrário dos Gift, que cantam em inglês, ou António Zambujo, com quem partilha várias vezes o palco, Carminho ou Ana Moura, cuja música de matriz mais tradicional “encaixa nos circuitos da World Music”, Miguel Araújo afirma que não oferece “nem uma coisa nem outra”.
“Vou é mesmo tocar para portugueses, porque a minha música tem essa coisa, a letra é fundamental”, vincou, em declarações à agência Lusa.
Nos últimos anos, tem recebido convites para atuar no estrangeiro, como Suíça, Luxemburgo e Macau, onde encheu salas.
“No Luxemburgo [em 2015], tive uma surpresa, foi 50/50. O Philharmonie tem pessoas que confiam na programação e vão seja ao que for. Não estava preparado para falar francês, mas fiz uma rápida sondagem de braço e tentei explicar o conteúdo das músicas”, contou.
Miguel Araújo vai apresentar-se na capital britânica graças à Deleted Scene, uma produtora co-fundada pelo português Francisco Portal, com o apoio do Instituto Camões.
Atualmente com atividade sobretudo centrada em Cambridge, onde organiza eventos relacionados com música, o portuense de 31 anos pretende que a produtora seja “a referência em termos de espetáculos portugueses no Reino Unido”.
Até ao final do ano planeia organizar mais dois espetáculos com artistas portugueses em palcos britânicos.
O interesse no concerto surpreendeu o produtor, que promoveu o evento sobretudo nas redes sociais, blogues especializados de música e com cartazes em comércios portugueses em Londres.
A sala Under the Bridge está localizada no estádio Stamford Bridge, do clube de futebol Chelsea, e tem capacidade para 500 pessoas, embora para os concertos de cinco de junho tenha sido reduzida para 300 espetadores para incluir lugares sentados.
“Há muito público, há muitas pessoas interessadas. Há muitos portugueses aqui e Londres é uma das capitais mundiais da música. Com dedicação, competência e profissionalismo, pode ser fácil” promover a cultura portuguesa no estrangeiro, garantiu.
Miguel Araújo deu a conhecer-se no grupo Azeitonas, do qual é um dos fundadores. Tendo começado a compor em 2005, Ana Moura, António Zambujo e Carminho, são alguns dos nomes que interpretam originais seus.
“Crónicas da Cidade Grande”, editado em abril de 2014, foi o segundo álbum de Miguel Araújo, sucedendo a “Cinco Dias e Meio”, de 2012, cujas vendas garantiram um Disco de Ouro.
No início deste ano, Miguel Araújo e António Zambujo protagonizaram uma série de dezassete concertos que esgotaram a lotação no Coliseu do Porto e Coliseu dos Recreios, em Lisboa.