O stress afeta a qualidade de vida e, sobretudo, a saúde. Estar em constante estado de ansiedade não só interfere com a saúde cardiovascular, como afeta a alimentação, o descanso, a concentração e, sabe-se agora, também a memória.
Ou seja, os estados de ânimo, o stress a atenção, as emoções e o stress modulam nosso sistema de retenção de experiências e imagens do dia a dia.
Uma pessoa distraída, deprimida, ansiosa ou cansada pode ter um mau desempenho em tarefas que exijam a memória, como esquecer o número de telefone, esquecer algo que precisa comprar no supermercado ou esquecer a mala na sala de espera de um consultório.
Segundo um estudo da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, que o stress crónico afeta temporariamente a memória a curto prazo, não se sabendo, porém, se esta interferência negativa tem consequências a longo prazo. Para já, sabe-se que os problemas de memória deixam de existir passados 28 dias.
Depois de terem feito uma experiência em ratos de laboratório (que foram sujeitos de forma contínua a uma situação conhecida como repetida derrota social, semelhante ao stresse crónico nos humanos), os investigadores norte-americanos notaram que o stress conseguia afetar a capacidade de lembrar a saída do labirinto em que estavam.
Revelada na publicação especializada The Journal of Neuroscience, a investigação traça uma relação direta entre o stress contínuo e a memória a curto prazo, a que é usada frequentemente nas mais variadas situações do dia-a-dia.
Os investigadores notaram, ainda, que o stress crónico não só afeta a criação de novas células cerebrais como leva a um aumento de macrófagos (células que respondem a processos inflamatórios), sendo, por isso, também uma causa para mudanças na química e biologia do cérebro, especialmente no hipocampo (região das memórias).