Aos 46 anos, Ben Harper tem na música e no skate dois dos seus principais amores. E o título do seu mais recente álbum provém, precisamente, de uma conversa que manteve com os jovens do “skate park”, que habitualmente frequenta, sobre a recente vaga de assassínios de afro-americanos por parte da polícia dos Estados Unidos da América.
“Quando um inocente morre, temos de chamar-lhe aquilo que é: homicídio”, comentou o músico a esse propósito.
Ora, “Call It What It Is” é, nada mais, nada menos, do que um conjunto de temas assumidamente de cariz político e a mensagem que passa refere-se à descriminação que ainda se verifica em relação aos negros nos Estados Unidos, um problema social que nem o próprio presidente Barack Obama conseguiu resolver.
Quanto ao álbum que pretende despertar consciências para a referida situação, esse anda entre o rock/blues com uma pitada de reggae à mistura, numa sonoridade que os “Innocent Criminals” praticam habitualmente com o cantor.
Confira isso mesmo nesta versão acústica ao vivo do tema que dá nome ao álbum:
Bem mais afastado das questões políticas e sociais, mas muito mais próximo dos afetos surge “Coleção”, o mais recente trabalho de Marisa Monte, que junta melodias que nos são familiares e que, consequentemente, nos confortam.
Com a voz inconfundível da artista brasileira, de 48 anos, os 13 temas românticos deste álbum contam ainda com colaborações, entre outros, de Carminho, Arnaldo Antunes e Cesária Évora.
“Nu com a Minha Música”, de Caetano Veloso, é o primeiro tema deste disco e surge renovado com uma atmosfera exótica de instrumentos como o xilofone, a cítara ou ainda o ukulele.
Já o samba “Volta, Meu Amor”, com a Velha Guarda da Portela, traz-nos ritmo e permite-nos viajar até à tradição da música brasileira.
O nome de Marisa Monte, de resto, consta no cartaz do “EDP Cool Jazz”, em Oeiras, onde atuará a 27 de julho próximo.
Até lá, fique com “Chuva no Mar” com a “nossa” Carminho:
A terminar, sugerimos também a escuta daquele que é o 23.º álbum da carreira do conceituado guitarrista inglês Eric Clapton.
O músico que consegue pôr a “guitarra a cantar” mostra que ainda marca a diferença no seio do Rock & Blues, através desse instrumento. O nome do álbum “I Still Do” (Eu ainda faço) é sintomático.
Com uma forma única de tocar guitarra, faz transparecer essa arte como se fosse a coisa mais fácil do Mundo. Mas não é, pelo menos para o comum dos mortais, onde não se inclui Eric Clapton.
Aprecie, então, esta “Can’t Let You Do It”: