De acordo com John T. Cacioppo, autor de ‘Loneliness’ (‘Solidão’, em português), diversos estudos internacionais apontam que uma a cada três pessoas sente-se sozinha. O número é alto e o assunto tabu, aspecto que o torna difícil de ser combatido. Então, o que se pode fazer?
Para o terapeuta comportamental Ghoeber Morales, em primeiro lugar, é preciso saber viver bem e feliz sozinho, sem depender ou depositar a felicidade em outra pessoa. “Grosso modo, podemos pensar em duas visões diferentes de formas de se relacionar: uma visão complementar e outra suplementar”, sugere. O psicólogo explica que a primeira está relacionada ao ideal romântico da cultura ocidental. “A ideia é a da ‘metade da laranja’, em que uma pessoa só se completará e será plenamente feliz quando encontrar alguém para ocupar esse vazio”.
Já pela visão suplementar, o indivíduo sente-se bem consigo mesmo, independente da presença de um parceiro. “Nesse caso, a felicidade não é depositada no outro, mas a companhia de um alguém especial pode fazer com que a pessoa se sinta mais feliz”, resume.
Para Morales, é possível aprender a relacionar-se consigo mesmo. O especialista recomenda que, iniclamente, sejam escolhidas atividades que proporcionam prazer sem precisar de companhia, como ir ao cinema sozinho para ver um filme.
“São pequenos passos que aumentam as probabilidades de não se sentir tão isolado e começar a gostar de se estar consigo mesmo. Afinal, encontrar prazer na sua própria companhia pode ser um desafio”, avisa. Indica, ainda, que procure mudar os hábitos aos poucos. Passar umas horas sozinho num sábado, por exemplo, tem menos risco de lhe provocar frustração do que uma viagem que dura uma semana inteira.