Cultura

Conímbriga candidata a património mundial

O presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita, afirmou que Conímbriga tem contribuído para afirmar o concelho na área do turismo e reiterou a aposta da autarquia na candidatura da cidade romana a Património Mundial.

Assim, ao intervir nas cerimónias do feriado municipal, que tiveram lugar este domingo, 24, o autarca enumerou alguns “sinais claros” de que, na sua opinião, Condeixa, no distrito de Coimbra, tem condições para vir a ser “um destino turístico nacional”, tirando partido das iniciativas relacionadas com Conímbriga e outras.

“Com perto de 100 mil visitantes” por ano, este importante testemunho da romanização em Portugal tem vindo a reforçar a capacidade do município de atrair turistas.

Na edição deste ano da recriação romana “O vislumbre de um império”, verificou-se um aumento de 4.000 para 6.000 visitantes, relativamente a 2015, e o mesmo se verificou com a Semana do Cabrito, com “um aumento substancial do número de refeições servidas” pelos restaurantes locais durante o festival gastronómico.

Também o museu Portugal Romano em Sicó (POROS), um novo espaço interativo e didático, em cujo auditório decorreram as celebrações do feriado local, “ajudará a fomentar o turismo como fator de desenvolvimento económico”, disse o presidente da Câmara, antes da apresentação do livro “Movimento para a Promoção da Candidatura de Conímbriga a Património Mundial da UNESCO 2013-2016”, editado pelo Centro de Estudos Vergílio Correia, sob a coordenação de Miguel Pessoa, conservador do Museu de Conímbriga.

Esta publicação constitui “um ponto de partida muito importante” para fazer avançar aquela candidatura, defendeu o filósofo António Pedro Pita, ex-diretor da Direção Regional de Cultura do Centro.

“O devir histórico é uma espécie de longa herança cultural”, enfatizou o professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, ao fazer votos para que “a diplomacia crie um espaço alargado propício” ao reconhecimento de Conímbriga pela UNESCO.

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Segundo Miguel Pessoa, os monumentos da cidade romana, em Condeixa-a-Velha, e do território de Sicó “exemplificam bem a interação humana, num largo arco histórico de milénios, com o ambiente, na confluência de ecossistemas do clima atlântico e do clima mediterrânico, geradora de espécies relíquias” do mundo botânico.

“A paisagem envolvente de Conímbriga conserva-se em significativa parte inalterável, sedimentando este sítio arqueológico um encontro de culturas europeia, oriental e norte-africana”, adiantou na sessão de apresentação do livro, em que também interveio a vereadora da Cultura da Câmara local, Liliana Pimentel.

Os bens patrimoniais abrangidos pelo processo de candidatura à UNESCO poderão contribuir no futuro “para a viabilização de uma vida mais próspera para todos”, sublinhou Miguel Pessoa.