Antoine Griezmann, de 25 anos, é o homem do momento. O jogador da seleção francesa é o melhor marcador deste Europeu de Futebol e a revelação dos seus antecedentes portugueses fez com que se tornasse num dos nomes mais falados por cá. Mas nem sempre foi assim.
“Há dois anos já se sabia disso. Quando ele estava no Mundial [de 2014 no Brasil] eu publiquei no meu Facebook que ele era de origem portuguesa. Fizemos uma pequena reportagem para o jornal daqui mas mais ninguém soube. E agora com o Europeu é que se está a saber tudo”, lembrou Colette Coelho, prima do jogador, que falou à MoveNotícias.
Colette é uma das poucas familiares do avançado da seleção francesa que ainda vive em Portugal. Mais propriamente em Lamoso, Paços de Ferreira. E conviveu de perto com a mãe de Antoine, Isabelle, e o avô do jovem, Amaro ‘da Cavada’, que foi um dos craques no FC Paços de Ferreira na década de 1950.
“A avó do Antoine era irmã da minha avó. Sou prima em segundo grau da Isabelle. Nasci em França e vivi lá sempre com a mãe e os avós do jogador”, explicou.
Amaro Lopes e a mulher Carolina saíram de Paços de Ferreira, de onde eram naturais, e emigraram para França nos anos 60. Viveram sempre em Macôn, pequena localidade a cerca de 70 quilómetros de Lyon, e tiveram cinco filhos.
“Foram dos primeiros a emigrar para a vila de Macôn e levaram os meus pais em 1966. Nasci em França e a Isabelle, que é um ano mais velha que eu, também nasceu lá. Sempre convivi com eles e víamo-nos quase todos os dias. Dois irmãos da Isabelle são meus padrinhos de baptismo e eu chamava os pais dela de ‘tio Mário’ e ‘tia Carolina'”, continuou Colette Coelho.
Tio de Griezmann esteve para ir para o FC Porto
Árvore genealógica explicada, é hora de perguntar como é que esta família encarava o futebol? “O meu ‘tio Mário’ foi jogador do Paços e pouco mais sei. Era um senhor muito alegre, que dizia muitas piadas. Era um tio muito pacato. Nunca o conheci a jogar futebol. Os meus primos é que jogavam. Têm jeito!”, contou orgulhosa.
Manuel Lopes, filho do antigo defesa pacense, mostrou o seu talento desde cedo. ” Era muito bom jogador. Quase assinou pelo FC Porto mas ele só queria brincadeira e não foi”, recordou Colette.
Os outros irmãos de Isabelle, um primo desta e até o próprio pai de Griezmann jogaram no Sporting de Macôn [clube da comunidade portuguesa] e em equipas francesas mais pequenas que na altura estavam na 1ª Divisão. “Ao fim de semana íamos ao futebol vê-los jogar. O meu ‘tio Amaro’ também ia, mas não me recordo muito mais”, acrescentou.
Ligação a Portugal
Colette Coelho deixou França aos 24 anos e mantém o contacto com a prima Isabelle à distância. “É raro ela vir cá mas compreende e fala bem a nossa língua. O Antoine fala pouco português. Ele chegou a vir para Portugal no verão mas era pequenino. Foi antes de ir para a Real Sociedad, aos 12 anos”, continuou.
Antoine Griezmann esteve no clube do país basco e depois seguiu para o Atlético de Madrid, onde joga atualmente. “A Isabelle tem muito orgulho no filho. No ano passado foi a Lisboa ver o jogo amigável entre França e Portugal e nós também fomos. Ela estava contente. O filho estava a jogar e também veio a namorada dele”, disse.
O pai Alain Griezmann e os irmãos Théo, mais novo e que joga no Sporting de Macôn, e Maud, que quer ser a futura gestora de imagem de Antoine, também fazem questão de acompanhar de perto os jogos do avançado.
Orgulho é a palavra de ordem
Toda a família tem orgulho no atual detentor da camisola 7 da equipa gaulesa. “Foi um orgulho vê-lo jogar no Mundial há dois anos e agora no Europeu”, rematou Colette.
Realmente em 2014 Griezmann, na altura com a camisola 11, foi um dos jogadores mais notados do Mundial. Chegou até a ser dos nomes mais falados no Twitter mas foi mais devido à sua boa aparência física…
Continuando a falar em talento, a prima é uma fã assumida do jogador. “Tenho o cachecol do jogo entre França e Portugal, do ano passado, e a camisola dele do Atlético de Madrid autografados. Também é o número 7”, continuou. “Assinou-me uma fotografia e deixou uma dedicatória às minhas duas filhas nas camisolas delas. Elas nunca conviveram mas sempre lhes falei deles. Têm orgulho também”, assegurou Colette.
E no domingo para que lado vai bater o coração? “Gostava que Portugal ganhasse, que tivesse essa oportunidade e que ele continuasse como o melhor marcador. Mas se fosse França não havia problema. Só preferia Portugal porque moro cá há anos e Portugal nunca ganhou”, vaticinou. Que Griezmann te ouça.
Fotos: Move Notícias/ Facebook Antoine Griezmann
