Tozé Santos e Sá

Advogado

Sem palavra!

Que saudades do aperto de mão que selava contratos. Da palavra dada como lei absoluta.

Dizem os antigos que no tempo deles é que era bom. Acredito. Hoje poucos sabem o que é compromisso, cavalheirismo, respeito, urbanidade, e vai ser preciso uma boa dose protectores de estômago para se viver, isto para quem se mantiver agarrado às convicções da palavra.

Os valores tradicionais, quer no homem quer na mulher, de falar a sério de coisas mais ou menos sérias, virou arco iris.

Ter palavra, quer nas pequenas ou nas grandes coisas, é coisa de maluco e alvo de crítica imediatamente conotado como careta, rigoroso, stressado… Tudo aquilo que quem não tem faz querer parecer que é o correcto, não o sendo, baralhando as almas mais débeis. Mais parece que o mal é o bem e o bem virou o mal, e que está tudo invertido.

Com mentiras, seja qual for o tamanho das mesmas, mais do que confiança e respeito, perdem-se pessoas. Antes o que dignificava é agora pertença de gente inadaptada.

Já não chega serem hipócritas, cínicas, invejosas, ciumentas, pequenas, nas coisas de maior ou menor interesse. Mentirosas e sem palavra mentem por tudo e por nada. Não sabem ser de outra forma, nem elas próprias o conseguem distinguir o certo do errado, virou intrínseco da personalidade.

Estão quase a chegar quando ainda se estão a levantar da cama, marcam uma hora para chegar duas horas depois, sem aviso ou desculpas, com a maior descontracção, pois faz parte das suas formas de estar.

Fomos contemplados para viver na era do profundo desrespeito pelo outro.

É urgente repensar valores.

Vou ali usar a palavra e tirar um apontamento… Até terça!