Com os bombeiros esgotados e previsão de continuação de muito calor, a Comissão Distrital de Operações de Socorro do Porto decidiu, por unanimidade, acionar, o Plano Distrital de Emergência (PDE) para o distrito.
O PDE do Porto, distrito constituído por 18 concelhos, está em vigor desde as 00h15, tratando-se de um instrumento que nunca tinha sido acionado antes. Esta decisão surge quando cerca das 00h30 no distrito do Porto, de acordo com a página da internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), se registam 104 ocorrências, 37 das quais relativas a incêndios rurais, estando mobilizados para acorrer aos fogos 725 homens, 208 viaturas.
O distrito que surge imediatamente a seguir ao Porto em matéria de incêndios é o de Aveiro com 25 fogos ativos a mobilizar 705 operacionais e 229 viaturas. De acordo com dados da ANPC divulgados ao longo do dia de hoje, desde há quatro anos que o nível de alerta devido a incêndio não era tão elevado, sendo este reflexo de condições climatéricas adversas.
Segundo Marco Martins, presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil (CDPC), “esta decisão impunha-se e é inédita na região, pois os meios que existem não chegam para responder a todas as ocorrências”.
A ativação deste plano significa que será possível pedir um apoio extraordinário ao governo, algo que já foi feito, apelando a um reforço de 300 operacionais, o que já levou a mobilizar quatro pelotões militares.
Além de mobilizar mais meios, o plano de emergência permite, se for preciso, ativar uma requisição civil que mobilize estruturas públicas ou privadas.
Dos três mil bombeiros do distrito do Porto, ontem estiveram no terreno 1.900 o que tornava impossível renovar as equipas, numa altura em que os distritos vizinhos passam por uma situação semelhante no número de fogos. Ou seja, só existem meios disponíveis mais a Sul.
Marco Martins faz questão de fazer ainda um apelo à população da região: “da avaliação que foi feita com o INEM e Ministério da Saúde, é importante que as pessoas evitem deslocar-se ou sair de casa por causa das altas temperaturas e baixa humidade no ar”.
Um apelo que se aplica não apenas aos grupos de risco, mas a todas as pessoas do distrito, pelo que as deslocações desnecessárias devem ser evitadas, muito menos para zonas perto dos incêndios.